postado em 28/01/2010 09:12
O tráfego aéreo internacional de passageiros registrou, no ano passado, queda sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial, informou ontem a Associação Internacional de Transporte Aéreo, que considera, no entanto, que os piores momentos ficaram para trás. ;No que diz respeito à demanda, 2009 ficará registrado nos livros da história como o pior ano que o setor já conheceu;, afirmou o diretor da representação, Giovanni Bisignani, calculando que um atraso de 2,5 a 3,5 anos em termos de crescimento previsto.Em 2009, a demanda do transporte aéreo para passageiros cedeu 3,5% em um ano, com uma taxa média de ocupação dos aviões de 75,6%, segundo a associação, que representa 230 companhias aéreas, ou seja, 93% do tráfego aéreo internacional. O tráfego de carga, muito afetado pela desaceleração do comércio mundial, perdeu 10,1% em relação a 2008, com uma taxa de ocupação de 49,1%.
Em ambos os casos, a redução da demanda é a mais importante registrada desde o fim da guerra, e prevê que as companhias aéreas perderão US$ 11 bilhões em 2009 devido à crise econômica.
Reação
No entanto, constatou uma melhoria nos últimos meses do ano, que, segundo ele, se concretizou por meio de um aumento da demanda do tráfego aéreo de passageiros de 4,5% em um ano, em dezembro de 2009, e de 1,6% em relação ao mês anterior.
[SAIBAMAIS]Em compensação, a demanda do tráfego de carga aumentou 24,4% em dezembro de 2009 em relação a dezembro de 2008, quando foi particularmente fraco, segundo a associação, que, no entanto, espera um aumento dos volumes de carga nos próximos meses.
Risco de apagão aéreo
O quadro alarmante dos aeroportos brasileiros levantado pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) será apresentado, nos próximos dias, aos ministérios da Defesa, do Turismo e do Esporte e à Infraero Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). ;A situação não está tão azul quanto está se pintando. Não é um estudo que se propõe a soluções, mas mostra a preocupação das empresas, pois antes mesmo da Copa de 2014 vamos ter um problema sério de infraestrutura aeroportuária;, alerta o comandante Ronaldo Jenkins, diretor do Snea. Ele reforça que o Brasil tem meios de transporte limitados e que as concentrações em mudanças de sede serão pelo transporte aéreo.
Se os planos de investimento do governo e o ritmo das obras forem alterados, não haverá um apagão nos aeroportos, garante, mas as condições de atendimento ao passageiro serão precárias. ;Existe uma perspectiva ruim, pelo desconforto que o passageiro vai ter com filas, salas de embarque lotadas, chegando ao ponto de aeroportos não terem mais condições de receber aeronaves, como Guarulhos e Congonhas;, afirma. Segundo ele, esse cenário crítico vale para quase todos os aeroportos. ;Vai ter serviço. O que vai cair é a qualidade no atendimento, além da possibilidade de atrasos;, reforça.
O comandante compara o terminal de Guarulhos com o de Gatwick, na Inglaterra, que figura como o 28; maior do mundo. ;A diferença: pátio, terminais e saídas rápidas das pistas, o que faz com que tenha mais capacidade;, diz. Jenkins critica a restrição de pousos e decolagens em aeroportos como Guarulhos, por exemplo, que teve redução de 48 para 45 movimentos por hora, o que vai na contramão do crescimento da demanda.
Em Congonhas, o Snea aponta que é preciso aumentar o numero de posições de estacionamento de aeronaves. Em Viracopos, é necessária a construção da segunda pista de pouso, bem como de uma pista para saída rápida de aeronaves, além da construção de fingers. O Galeão necessita de revitalização e modernização do terminal 1 e reforma geral com complememnação do terminal 2. Confins precisa de mais posições de estacionamento e posições de check-in.