postado em 28/01/2010 18:48
A partir de 15 de março, as operações de hedge (proteção contra perdas) feitas por empresas brasileiras no exterior terão de ser registradas no Brasil. A nova regra foi aprovada nesta quinta-feira (28/01) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).[SAIBAMAIS]Segundo o chefe do Departamento de Normas do Banco Central (BC), Sérgio Odilon dos Anjos, o objetivo da medida é aumentar a transparência no mercado de derivativos ; aplicações no mercado futuro e de opções. Na crise financeira de 2008, algumas empresas como Sadia e Aracruz Celulose tiveram prejuízo porque haviam se protegido contra a queda do câmbio e foram surpreendidas pela alta do dólar na época.
;A crise evidenciou diversas operações. Levou o mundo todo a adotar medidas que estimulem a transparência. Esse é mais um instrumento para que a gente possa vislumbrar todo o mercado de derivativos", afirmou Odilon.
Para o chefe do Departamento de Normas do BC, a medida não terá impacto para as empresas que tentam se proteger de perdas por meio de operações no exterior. "Ninguém está vedando nada. Não há estímulo, nem desestímulo. São medidas de transparência", acrescentou.
As operações são feitas pelas empresas, mas caberá aos bancos fazer o registro porque somente as instituições financeiras estão autorizadas a fazer contratos cambiais. A conversão de moedas é feita quando o dinheiro sai e entra no país.
Nos últimos meses, as autoridades econômicas reforçaram a fiscalização sobre operações com derivativos no exterior. Em novembro, uma circular do BC determinou o registro, no Brasil, das captações de recursos no exterior associadas, de alguma forma, a derivativos. No mês passado, o CMN obrigou as filiais de bancos brasileiros no exterior que fazem aplicações em derivativos a informar as operações no Brasil, mesmo que o dinheiro não entre no país.