Economia

Lula e Grécia centraram os trabalhos de Davos nesta sexta-feira

Agência France-Presse
postado em 29/01/2010 12:36
DAVOS (Suíça) - A situação financeira da Grécia centrou nesta sexta-feira (29/1) as atenções dos participantes do Fórum Econômico de Davos, que, por outro lado, prestaram sua homenagem ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, consagrado "Estadista Global".

O primeiro-ministro grego Giorgos Papandreou e seu ministro das Finanças, Giorgos Papaconstantinou, descartaram a existência de um ;plano B; alternativo às medidas já anunciadas para sanar as contas públicas da Grécia.

A queda das obrigações de Estado gregas e a forte baixa do euro, apesar do compromisso assumido por Atenas para sanar suas finanças, são alvo de especulações pela possibilidade de uma iniciativa excepcional por parte dos países europeus para ajudar a Grécia.

A crise da Grécia está se convertendo num teste para a coesão da Eurozona, nascida em 1999, e por isso o presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, cujo país está à frente da União Europeia (UE) até junho, busca em Davos dar mostras da solidez do euro.

[SAIBAMAIS]Por outro lado, mesmo ausente por causa de uma crise de hipertensão que o obrigou a cancelar sua participação no Fórum, o presidente Lula foi consagrado pela elite mundial com o título de "estadista global", um prêmio concedido pelo balanço de sua gestão, que conseguiu conciliar crescimento econômico.

"Pela primeira vez em sua história, este Fórum quer honrar um extraordinário homem de Estado, entregando um prêmio ao ;estadista global;", afirmou o professor Klaus Schwab, ideólogo do Fórum Econômico Mundial (WEF), uma fundação que sempre defendeu as tendências mais liberais em termos de finanças e economia.

"O presidente Lula queria vir com toda certeza. Estava sentado em seu avião quando o médico vetou a viagem porque estava sofrendo de pressão alta", explicou Schwab.

Ante a ausência de Lula, o chanceler Celso Amorim foi encarregado de representá-lo e ler o discurso preparado pelo presidente, quebrando uma regra de ouro de Davos, que impede que uma terceira pessoa leia o discurso de outra.

"Este prêmio aumenta minha responsabilidade como governante e de meu país como um ator mais ativo e presente no cenário internacional", afirma Lula em seu discurso.

O presidente brasileiro não deixa passar a oportunidade de recordar sua primeira visita a Davos, quando "o mundo temia o futuro do Brasil porque não sabia o rumo exato que nosso país tomaria sob a liderança de um operário sem diploma universitário e nascido politicamente no seio da esquerda sindical".

"Sete anos depois, posso olhar nos olhos de cada um de vocês e, mais do que isso, nos olhos de meu povo, e dizer que o Brasil, com todas suas dificuldades, cumpriu com sua parte", afirma, enumerando as conquistas de sua gestão.

Por fim, o fundador da Microsoft, Bill Gates, prometeu que sua fundação doará dez bilhões de dólares em dez anos para colaborar com a pesquisa, o desenvolvimento e a distribuição de vacinas nos países mais pobres do planeta.

"Esta tem de ser a década das vacinas", afirmou Gates em um comunicado difundido durante o Fórum.

"A vacinação já salvou e melhorou milhões de vidas nos países em desenvolvimento" e "a inovação permitirá salvar mais vidas de crianças do que nunca", destacou o fundador do gigante americano da informática e da Fundação Bill e Melinda Gates.

Esta fundação já doou mais de 25 bilhões de dólares para diferentes projetos de saúde, especialmente para lutar contra a Aids, a poliomielite e outras doenças que afetam os países mais pobres do mundo.

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