postado em 03/02/2010 17:43
Ministros do Brasil e da Argentina realizarão, na próxima sexta-feira (5/02), em Buenos Aires, a primeira reunião do ano sobre comércio bilateral. Eles vão buscar uma saída para destravar os gargalos burocráticos que contribuíram para reduzir substancialmente a corrente de comércio entre os dois países no ano passado.[SAIBAMAIS]O Brasil será representado pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega; das Relações Exteriores, Celso Amorim; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Os ministros se encontrarão com seus colegas argentinos e depois serão recebidos pela presidente Cristina Kirchner, no Palácio San Martin.
As duas delegações vão negociar, na realidade, o que será discutido amanhã (4), por equipes técnicas dos dois governos, na primeira reunião de monitoramento do comércio bilateral 2010. A delegação brasileira será chefiada pelo secretário-executivo do MDIC, Ivan Ramalho.
Na pauta de discussões constam assuntos variados de interesse dos dois países. Do lado brasileiro, os destaques são os atrasos na liberação argentina de licenças de importação (LIs) não automáticas de produtos como pneus, têxteis e vestuários, linha branca, autopeças, móveis e calçados.
No último encontro bilateral, realizado em São Paulo, no final de 2009, o governo argentino também apresentou as reclamações do setor privado do país, relacionadas a atrasos na liberação brasileira de LIs para a importação de produtos lácteos, farinha de trigo, uva, pêssego e alho, dentre outros.
A programação ainda prevê tópicos sobre defesa comercial, harmonização estatística, respectivos intercâmbios comerciais com a China, exportação de serviços, uso de moeda local, além de um encontro paralelo do comitê automotivo.
No mês passado, as exportações brasileiras para a Argentina somaram US$ 973,3 milhões, com crescimento de 51,3% sobre janeiro do ano passado. Já as importações de produtos argentinos atingiram US$ 932,5 milhões, com aumento de 53,4%.
Em 2009, o Brasil exportou US$ 12,78 bilhões para a Argentina, valor que foi 27,4% menor que o registrado em 2008 (US$ 17,60 bilhões). Os principais produtos vendidos foram automóveis (13,7%), autopeças (8,7%), celulares (6,4%), veículos de carga (3,2%), motores para veículos (3%) e polímeros de etileno, propileno e estireno (2,8%).
A importação brasileira de produtos argentinos chegou a US$ 11,3 bilhões em 2009, com retração de 14,9% em relação a 2008. Os principais produtos argentinos comprados pelo Brasil foram automóveis de passageiros, que representou 22,9% da pauta. Logo após aparecem veículos de carga (9,5%), naftas (6,9%), trigo em grão (6,3%) e autopeças (6,3%).
O intercâmbio bilateral em 2009 ficou em US$ 24,1 bilhões, com redução de 22% em relação à corrente de comércio do ano anterior. Verificou-se decréscimo no superávit brasileiro, que passou de US$ 4,3 bilhões, em 2008, para US$ 1,5 bilhão, em 2009.