Economia

Economia dos EUA perde 20.000 empregos mas taxa de desemprego cai para 9,7%

Agência France-Presse
postado em 05/02/2010 17:18
A economia norte-americana voltou a perder empregos em janeiro, ainda que muito menos em comparação a dezembro, e a taxa de desemprego caiu, contra todas as expectativas, ao nível mais baixo desde agosto. [SAIBAMAIS]As empresas dos Estados Unidos perderam 20 mil postos de trabalho, sete vezes menos que em dezembro, segundo o informe anual sobre desemprego publicado nesta sexta-feira pelo Departamento de Trabalho em Washington. Mas apesar da insistência de demissões, a taxa de desemprego caiu de 10% para 9,7% no fim de janeiro. Os números do Departamento surpreenderam os analistas, que esperavam que o desemprego se mantivesse nos 10% e contavam com a criação de 15 mil empregos. A queda da taxa de desemprego pode ser explicada pelo fato de o informe do departamento conter dois estudos distintos: um mede os empregos nas empresas e o outro mede o emprego individual, das pessoas, algumas das quais podem ter mais de um emprego. Este segundo informe mostra que o número de pessoas empregadas aumentou em janeiro e que a quantidade de americanos que ocupam vários postos de trabalho diminuiu. A queda do desemprego em janeiro não exclui, entretanto, um aumento no futuro. Para Ian Shepherdson, economista do instituto HFE, isto deveria ocorrer a partir de fevereiro. A Casa Branca indicou na segunda-feira que calcula uma taxa de desemprego de cerca de 10% para 2010. O Departamento de Trabalho avaliou ainda em forte alta o número de demissões causadas pela recessão iniciada em dezembro de 2007 e da qual os Estados Unidos saíram durante o verão. Em 2009, o emprego caiu 3,6%, dado inédito desde 1945. Desde dezembro de 2007, o país perdeu 8,4 milhões de postos de trabalho e a recuperação demora a acontecer. Ainda reconhecendo que a situação do emprego segue sendo "um problema grave", a Casa Branca disse que vê "sinais alentadores de uma gradual melhoria no mercado de trabalho", segundo a assessora econômica Christina Romer. Em janeiro, o setor de serviços, que representa mais de dois terços do produto interno bruto, voltou a criar empregos. O informe do Departamento também mostrou uma alta nos empregos temporários e nas horas trabalhadas, duas etapas indispensáveis antes das firmas contratarem funcionários. Os números apresentam "notícias moderadamente boas", estima Sophia Koropeckyj, analista da Moody's Economy.com. "O emprego é suscetível por estar próximo ao crescimento, mas não há grande coisa no informe que nos faz supor que ele cresça rapidamente". Os 20 mil empregos perdidos em janeiro são "um passo importante" no que diz respeito ao 779 mil perdidos em janeiro de 2008, destaca Sal Guatieri, economista da BMO Capital Markets, mas o mercado de trabalho segue díficil para os consumidores endividados. Por esta razão, as autoridades de Washington e a maioria dos economistas se baseiam em um crescimento lento da economia nacional, já que o consumo dos lares é o motor do crescimento americano.

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