postado em 08/02/2010 08:05
A crise mundial do emprego ainda não foi superada. O alerta é da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Para Juan Somavia, diretor-geral da OIT, "esta e a crise anterior demonstram a necessidade de mudar o atual paradigma político por um que esteja centrado nas pessoas e no acesso ao trabalho decente". O relatório World of Work Report 2009 também ressalta que "reintegrar o quanto antes as pessoas desempregadas em trabalhos produtivos seria menos custoso para as finanças públicas do que empreender ações mais tarde". Para Raymond Torres, diretor do Instituto Internacional de Estudos do Trabalho da OIT, "a recuperação será débil e parcial enquanto continuar a crise de emprego. Uma recuperação real será alcançada somente quando se restabeleça o emprego".De acordo com o relatório, se as medidas de estímulo fiscal estivessem voltadas para a criação de postos de trabalho poderia haver um aumento no emprego de cerca de 7%, em contraposição a uma retirada prematura das medidas de apoio fiscal.
"É evidente que estamos frente a uma situação que poderia tornar-se crítica a longo prazo, a menos que nos concentremos em promover trabalhos decentes e em ajudar aos que estão desempregados", disse Raymond Torres. "Esta não é somente uma crise de pessoas que perderam seu emprego, mas também de pessoas que não têm mais opção de continuar buscando trabalho".
Para Ángel Gurría, secretário geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 2010 é um ano de recuperação e as decisões tomadas agora irão definir o futuro destes países. "A crise abriu uma extraordinária janela de oportunidade para a realização das reformas que poderão solucionar problemas estruturais", como educação, inovação, competição, infraestrutura, etc.
Para a OCDE, neste momento de retomada do crescimento econômico, a América Latina deveria ampliar a rede de proteção social para os imigrantes (apenas 15% dos imigrantes estão cobertos por acordos bilaterais entre países permitindo esta cobertura social), incentivar a remessa de dinheiro por canais formais o que contribuiria para o desenvolvimento econômico de alguns países, especialmente da América Central e Caribe. desafios estruturais pendentes". A OCDE recomenda inclusive corte nos custos de remessa. "Uma redução de 1% nos encargos de transferência pode produzir um aumento no montante atual de remessas da ordem de US$ 800 milhões", avalia o estudo.