postado em 09/02/2010 13:53
A inflação na cidade de São Paulo teve em janeiro a maior alta dos últimos sete anos, segundo medição feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O Índice do Custo de Vida (ICV) subiu 1,72%, na maior variação desde janeiro de 2003 (2,92%), época em que, conforme lembra o Dieese, havia grandes expectativas em torno de eventuais mudanças na política econômica com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No acumulado dos últimos 12 meses, de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010, o ICV registra variação de 5,11%.
Segundo o Dieese, em janeiro, a maior elevação ocorreu em transportes (5,05%), sob influência, principalmente, dos gastos com tarifa do ônibus urbano, que subiu 17,39%. Neste grupo também houve impacto das despesas com o veículo próprio em razão do aumento de preço dos combustíveis (de 1,97%, no caso da gasolina, e de 14,62%, do álcool).
Em educação e leitura, a alta foi de 4,10%, reflexo das mensalidades escolares, que ficaram 5,22% mais caras. No ensino fundamental, o aumento chegou a 7,29%.
A terceira maior variação foi verificada em saúde (1,65%), puxada pelos reajustes nos contratos de prestação de serviços médicos dos planos de saúde (2,20%). A influência dos medicamentos e produtos farmacêuticos foi menor (0,25%) do que a dos planos de saúde.
No grupo alimentação, a taxa subiu 1,33% na média. A maior contribuição partiu dos alimentos in natura e semielaborados (1,91%). As hortaliças apresentaram alta de 25,20% e os grãos, de 5,30%, com destaque para a alta do alta do arroz (7,30%). Já o feijão apresentou queda de 0,77%. Entre os legumes (2,19%), os aumentos mais expressivos foram da vagem (53,68%) e do pepino (36,02%). Esses reajustes foram compensados pela queda dos preços de produtos como o tomate (-16,87%).
No caso das frutas, que registraram alta de 1,83%, os destaques foram a manga (27,16%) e a laranja (9,66%). O limão (-21,87%), a uva (-20,17%) e o mamão (-11,91%) registraram queda. As refeições em restaurantes e lanchonetes também ficaram mais caras (1,84%).
Nos demais grupos, houve queda: vestuário (-0,47%) e equipamento doméstico (-0,19%).
O levantamento mostra ainda que a classe média (com renda de R$ 934,17) foi a que sofreu maior impacto inflacionário (1,82%). Para a população mais pobre (renda média de R$ 377,49), a alta foi de 1,52% e, para os mais ricos (renda média de R$ 2.792,90), de 1,72%.