Economia

Indicadores econômicos e sociais fecham 2009 com bons resultados de antes da crise

postado em 11/02/2010 08:00
Neri, da FGV, sobre a recuperação: Sem vitória ou derrota, na comparação entre o pré e o pós-crise, a turbulência financeira que abalou o mundo trouxe perdas ao Brasil, mas no decorrer de 2009 os prejuízos foram recuperados e, se o país não cresceu, conseguiu ao menos fazer com que importantes indicadores econômicos e sociais empatassem com os que eram registrados em 2008 - ano de pico do desenvolvimento brasileiro. Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), índices de renda, emprego e mobilidade social retornaram aos mesmos patamares de antes da quebra do banco norte-americano Lehman Brothers. Em uma analogia com uma partida de futebol, o coordenador da pesquisa, o economista Marcelo Neri, afirmou que o Brasil teve um "tropeço no começo do jogo", mas depois conseguiu se recuperar. "Podemos dizer que é um empate com muitos gols. Começamos o ano levando uma goleada, mas depois nos recuperamos. Foi um empate generalizado: desigualdade, pobreza, mobilidade. Em todos os indicadores, sempre temos a mesma mensagem. Voltamos ao nosso pico histórico", relatou. O índice de mobilidade social foi um dos destaques (1)do levantamento. O aglomerado das classes A, B e C representou 69,14% da população em dezembro de 2008. Com a crise, essa parcela caiu 2,04 ponto percentual e, um ano depois, com a turbulência minimizada, ultrapassou o pico ao atingir 69,21%. "A pobreza (classes D e E) foi o que se mexeu mais de dezembro (de 2008) a dezembro (de 2009), caiu 1,5%. É um resultado muito expressivo", avaliou Neri. "O elemento fundamental para traçarmos o futuro de todas as classes, de A a E, é o comportamento da desigualdade, questão que o país pode resolver." O futuro mencionado pelo pesquisador também aparece no levantamento da FGV classificado como "Os anos de pré-crise", que vão de 2010 a 2014, período em que se estima que a renda do trabalhador cresça a 6,5% ao ano e a desigualdade e a pobreza diminua pela metade. "Nesse período, a pobreza cairia 50% e a classe AB dobraria - 14 14,5 milhões de pessoas sairiam da pobreza. Outros 36,1 milhões, o que dá quase meia França, se juntariam às classes ABC. Conseguiríamos gerar um crescimento chinês na base de distribuição", afirmou Neri.
Mais afetados A pesquisa da FGV destacou que as capitais e grandes centros foram mais afetados que outras regiões pela crise. Pessoas com escolaridade maior também foram as mais atingidas. Segundo estimativas do levantamento, uma pessoa com ensino médio tem 23,7% mais chance de cair de classe social do que alguém com menos tempo de estudo.

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