postado em 13/02/2010 11:55
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, culpou as discussões entre órgãos da União Europeia (UE) pelo atraso no resgate ao seu país, e prometeu acelerar o trabalho para resolver a crise fiscal que tem tumultuado a Zona do Euro. Papandreou disse que o apoio político à Grécia durante a cúpula informal de quinta-feira passada veio tarde demais na batalha com os mercados financeiros. ;A Grécia não é uma superpotência política ou econômica para lutar sozinha.;A Grécia chocou os mercados ao revelar que o seu deficit orçamentário atingiria 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, volume três vezes maior do que o previsto. Os bônus e o mercado de ações gregos foram abalados por preocupações sobre uma crise de dívida. A UE ofereceu apoio político, mas nenhum plano concreto de resgate. Por isso, Papandreou classificou o apoio de ;tímido;. Entretanto, não deixou de cobrar ação dos próprios políticos gregos, receosos em aprovar cortes de gastos diante de manifestações populares, como a de agricultores que pararam tratores nas ruas do país: ;Essa batalha (contra a crise) não terminou. A Grécia será a fonte de todos os males se nós não implementarmos o plano;, avisou. ;É o nosso dever provar pelas nossas ações que nós cumpriremos nossos compromissos.;
Segundo ele: ;Houve falta de coordenação entre os vários órgãos da UE ; a Comissão, os Estados-membros, o Banco Central ; e diferenças de opinião dentro desses órgãos. Tudo isso prejudicou a nossa credibilidade até mesmo dentro da União Europeia... Tudo isso não ajudou nossa posição nos mercados.;
A Europa, que deve socorrer a Grécia, também não anda bem economicamente. A recuperação na Zona do Euro encontrou um obstáculo no quarto trimestre de 2009, quando a economia alemã estagnou-se e a Itália voltou a se retrair. O Produto Interno Bruto (PIB) da região formada por 16 países cresceu apenas 0,1% sobre os três meses imediatamente anteriores, abaixo da previsão do mercado de 0,3%. Em 2009 como um todo, a economia caiu 4%. ;Embora não esperemos que a Zona do Euro volte à recessão, a estagnação ressalta o fato de que a região ainda enfrenta condições econômicas e financeiras desafiadoras;, disse Howard Archer, do IHS Global Insight.