Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 13/02/2010 14:39
Apesar do bom resultado do último trimestre de 2009 ; quando o lucro líquido cresceu 57,4% na comparação com o mesmo período de 2008 ;, a Caixa Econômica Federal amargou uma queda de 23% no resultado (1)do ano divulgado ontem. O lucro líquido do banco foi de R$ 3 bilhões contra um resultado de R$ 3,9 bilhões no ano anterior. Segundo o vice-presidente de Controle e Risco da instituição, Marcos Vasconcelos, a queda deve se repetir este ano e não tem qualquer relação com o aumento vigoroso do crédito e o índice de inadimplência. ;A expansão forte no crédito foi feita com segurança. A qualidade da carteira melhorou e a inadimplência caiu;, assegurou.De acordo com Vasconcelos, o que fez o lucro da Caixa baixar de 2008 para 2009 foi a queda de R$ 1,533 bilhão para R$ 817 milhões de crédito tributário, que entra como receita nos balanços das instituições financeiras. A instituição também passou a reconhecer, em 2009, a despesa com a mudança do plano de saúde dos seus funcionários. O lançamento, nessa rubrica, foi de R$ 605 milhões. A presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, disse que o resultado foi sustentado pelo desempenho do crédito e das receitas de prestação de serviços. Ela classificou como correta a estratégia da empresa de atuar com as menores taxas de juros e ganhar no aumento de sua base de clientes e no volume de crédito concedido. ;Exercemos plenamente nossa função de banco público;, avaliou.
Incremento
O saldo da carteira de crédito alcançou R$ 124,4 bilhões, com incremento de 55,3% em relação ao registrado em 2008. No mesmo período, o mercado registrou um crescimento de 14,9% no estoque de crédito, o que levou a Caixa a ganhar mercado. A participação da instituição no total de crédito ofertado pelo sistema financeiro passou de 6,5% em 2008 para 8,8% no ano passado. Pelos dados da Caixa, ao mesmo tempo em que a carteira de crédito cresceu, a instituição conseguiu elevar a qualidade dos financiamentos concedidos. A participação dos créditos classificados de AA a B (de baixo risco) passou de 69,8%, em 2008, para 78,7%, em 2009.
A inadimplência para atrasos superiores a 90 dias caiu de 2,4% para 2,2% no período. Com a retomada da economia em 2010, Vasconcelos prevê um crescimento de 30% na carteira de crédito este ano.
1 - Capacidade
No fim de 2009, a Caixa Econômica Federal possuía R$ 341,8 bilhões em ativos e um patrimônio líquido de R$ 13,1 bilhões. O índice de Basileia, que mede a capacidade de alavancagem da instituição tendo em vista o risco dos créditos já concedidos, era de 17,5% no fim do ano, superior ao mínimo de 11% exigido pelo Banco Central. A avaliação da diretoria da instituição é de que há margem para elevação da oferta de crédito.