postado em 16/02/2010 10:45
A Grécia enfrentou ontem, durante reunião de ministros de finanças em Bruxelas, a pressão de países da zona do euro para aumentar os cortes no orçamento e estancar os problemas no mercado de dívida. O país é o primeiro, nos 11 anos de história do euro, a tornar necessária uma declaração emergencial de apoio político de outros países europeus enquanto se esforça para enfrentar a pressão vinda dos mercados financeiros preocupados com seu deficit gigante.O ministro das Finanças grego, George Papaconstantinou, no entanto, solicitou para que não se pedisse ao governo, que enfrenta uma insatisfação pública crescente, fizesse muito em pouco tempo. ;Estamos tentando mudar a rota do Titanic. Isso não pode ser feito em um dia;, disse Papaconstantinou, antes da reunião. ;Se forem necessárias medidas fiscais adicionais, nós as tomaremos. Hoje é a Grécia, amanhã pode ser outro país.;
Para ele, um anúncio de medidas concretas que a zona do euro poderia tomar para ajudar seu país, se fosse preciso, acalmaria os mercados. ;Se anunciarmos novas medidas hoje, isso fará os mercados pararem de atacar a Grécia? Meu palpite é que o que impedirá os mercados de atacarem a Grécia será uma mensagem adicional, mais explícita, que operacionalize o que foi decidido na quinta-feira passada no Conselho Europeu;, acrescentou. Na semana passada, líderes da União Europeia anunciaram que, se houver necessidade, a zona do euro agirá para proteger a estabilidade financeira da área da moeda única.
Plano
Nos próximos meses, dois lotes de mais de 8 bilhões de euros de títulos do governo grego vencerão ; um em abril e outro em maio ; e precisarão ser refinanciados. Os mercados esperavam que as reuniões desta semana pudessem gerar compromissos de uma ajuda financeira. Mas autoridades europeias já haviam declarado que o objetivo do encontro não era produzir um plano de resgate concreto para a Grécia.
O comissário europeu para assuntos monetários, Olli Rehn, disse que as conversações em Bruxelas iriam se concentrar em exigir mais medidas além das já anunciadas pela Grécia. ;Esperamos que o governo grego tome as medidas adicionais necessárias para atingir essa meta. Nossa opinião é de que os riscos relacionados à implementação e à macroeconomia e aos mercados estão se materializando;, disse Rehn. ;Portanto, há razões claras para medidas adicionais;.