postado em 18/02/2010 17:18
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrou o ano passado com um lucro líquido de R$ 6,735 bilhões. O aumento foi de 26,8% em comparação ao resultado líquido de 2008, que atingiu R$ 5,313 bilhões. Um dos fatores que levou ao lucro foi o resultado com intermediação financeira, que subiu de R$ 4,312 bilhões, em 2008, para R$ 5,815 bilhões, no ano passado.A chefe do departamento contábil da instituição, Vânia Borgerth, informou hoje (18) que esse aumento ocorreu mesmo com as reduções dos spreads - diferença entre os juros cobrados pelo banco nos empréstimos e a taxa paga na captação de recursos - do BNDES. A explicação para isso foi a ampliação do volume de crédito concedido às empresas. ;Ou seja, o que perdemos em termos de spread foi compensado pelo volume;, disse ela.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, lembrou que o spread médio do BNDES é o mais baixo do mercado, equivalente a 1,1% ao ano. Ele considerou o lucro apresentado pela instituição ;extremamente satisfatório;, tendo em vista que 2009 foi um ano difícil para a economia brasileira devido à crise internacional, que exigiu que o banco ampliasse o seu volume de empréstimos e ativos. Ressaltou também que o esforço do BNDES foi concretizado sem deterioração ;da excelente qualidade dos ativos do banco e de sua carteira de crédito;.
Coutinho explicou que por causa da crise, 2009 não foi um ano que favoreceu a ida do banco ao mercado de capitais. ;Foi um ano desfavorável para vender;. Já as perspectivas para 2010 são positivas, acentuou. Dentro de sua política de longo prazo, admitiu que a subsidiária BNDES Participações (BNDESPar) poderá ir a mercado vender ações, ;se os negócios forem relevantes e olhando tanto a qualidade da estrutura de negócio como a oportunidade;.
Os ativos totais do BNDES somaram em dezembro de 2009 cerca de R$ 387 bilhões, mostrando aumento de 39,4% sobre 2008. O patrimônio líquido atingiu R$ 27,628 bilhões, o que significou um patrimônio de referência (que é a base usada pelo Banco Central para estabelecer limites prudenciais que devem ser seguidos pelas instituições financeiras) de R$ 54 bilhões.
O índice de inadimplência continuou baixo, afirmou Coutinho, alcançando 0,20% da carteira bruta. Ele esperava, inclusive, que diante da crise houvesse elevação significativa da inadimplência. Em 2008, o índice era de 0,11%. Na avaliação do presidente do BNDES, o que houve foi uma ;flutuação natural;.
De acordo com os dados divulgados pelo banco, 97,7% da carteira consolidada de crédito do BNDES foram constituídos por crédito de baixíssimo risco.