Agência France-Presse
postado em 24/02/2010 16:47
O presidente da Toyota, Akio Toyoda, pediu desculpas nesta quarta-feira (24/2) aos congressistas dos Estados Unidos pelos defeitos que levaram ao recall de milhares de veículos, assim como aos americanos que se envolveram em acidentes devido aos carros com falhas mecânicas."Eu gostaria de falar que as prioridades da Toyota tradicionalmente têm sido: em primeiro lugar, segurança; depois, qualidade; e em terceiro, quantidade" de produção, disse Toyoda para um Congresso lotado.
[SAIBAMAIS]"Nós buscamos crescimento acima da velocidade porque assim conseguimos desenvolver nossas pessoas e nossa empresa, mas devemos sinceramente repensar isso", falou. "Lamento que isso tenha resultado nos problemas de segurança apresentados nos recalls que estamos fazendo, e estou muito triste pelos acidentes sofridos por motoristas da Toyota", acrescentou.
A Toyota retirou do mercado cerca de nove milhões de veículos no mundo e seis milhões nos EUA desde o fim do ano passado por problemas de aceleração involuntária. O presidente do Comitê de Vigilância e Reforma da Câmara, Edolphus Towns, abriu a sessão de quarta-feira lembrando de um acidente ocorrido em agosto de 2009 em San Diego, Califórnia, em que morreu um motorista que conduzia um Lexus, marca do grupo Toyota, e três membros de sua família.
Uma "morte horrível" que comoveu todo o país, lembrou Towns ao ler as últimas palavras do policial, gravadas pelo serviço de emergência e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. "Esperem... Esperem... Esperem... Rezem... Rezem", disse o oficial antes de bater com o carro, que não conseguia frear.
Edolphus Towns estimou que a reação da agência de segurança de transporte americana (NHTSA) às 2.500 queixas de consumidores recebidas desde 2000 sobre acelerações involuntárias de veículos parecia "muito limitada". "Podemos nos perguntar seriamente se a NHTSA usou suas ferramentas legais para investigar" estes problemas, afirmou.
Towns também se declarou "muito cético" sobre as causas identificadas pela Toyota para explicar os problemas, que são: tapetes que se engancham no acelerador e pedais que ficam bloqueados quando pressionados. O secretário de transporte americano, Ray LaHood, primeiro a ser ouvido nesta quarta-feira, defendeu a ação da NHTSA para forçar a Toyota a retirar os automóveis que apresentavam aceleração involuntária. O diretor da NHTSA, David Strickland, finalmente não testemunhará como estava previsto. "O secretário de Transporte (LaHood) desejava ser o único a falar" em nome do departamento, indicou a NHTSA.