Agência France-Presse
postado em 02/03/2010 16:51
A anunciada saída do vice-presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos, Donald Kohn, oferece ao presidente Barack Obama a rara oportunidade de renovar o banco central, quando o Congresso busca limitar suas funções, e de imprimir sua marca a longo prazo.Kohn, que entrou no Fed em 1970, tornou-se o número dois em 2006, até escrever a Obama na segunda-feira informando que renunciará às funções no dia 23 de junho.
Este anúncio dá ao presidente a oportunidade de escolher um total de cinco lugares no Conselho do Fed, instância de direção do banco central composta por sete membros.
Dois lugares vagos antes do anúncio de Kohn já estavam disponíveis desde o governo do republicano George W. Bush, que não conseguiu ocupá-los dada a dificuldade de aprovação dos nomes indicados pelo Senado, de maioria democrata.
Obama já nomeou um deles, Daniel Tarullo, professor de direito especializado em regulação financeira, pouco depois de tomar posse, em janeiro de 2009.
Também prorrogou para um novo mandato de quatro anos o presidente do banco, Ben Bernanke, nomeado por Bush, o que coloca Obama na rara posição de escolher o número dois do Fed, além de outros três integrantes do Conselho em menos de dois anos, imprimindo assim sua marca a longo prazo no organismo.
Segundo os estatutos do Fed, Tarullo pode permanecer no posto até 2036. Outras das pessoas nomeadas por Obama podem seguir no cargo até 2030.
Entretanto, a oito meses das eleições, o tempo urge para o presidente, já que suas nomeações devem ser validadas pelo Senado, onde o Fed suscita paixões, como foi visto recentemente com as dificuldades encontradas por Bernanke para obter sua confirmação para um novo mandato de quatro anos.