São Paulo - O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, afirmou nesta quarta-feira (3/3) que os bons resultados registrados nas vendas de veículos automotores no mês de fevereiro refletem o bom momento vivido pela economia brasileira. Segundo ele, em março, o volume de vendas deverá ser maior do que o dos dois meses anteriores.
Reze acredita que, mesmo com o fim do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de veículos novos, as vendas continuem aquecidas.
Ao divulgar o balanço mensal do setor, Reze reforçou que a Fenabrave não espera a prorrogação do desconto do IPI, porque a medida foi específica para um período no qual a economia precisava ser estimulada. ;A necessidade do desconto se esgota em função do crescimento da economia. No início, o desconto era de 5,5% no preço final do carro e agora está em 1,5%, valor que não é significativo;.
O presidente da Fenabrave destacou ainda que a concorrência estimula as montadoras e concessionárias a fazer sempre novas promoções. ;A disputa pelo mercado é que faz o preço dos produtos não subir há quase dois anos. O consumidor está sendo altamente privilegiado pela disputa de preços. Nesse cenário, não vejo a necessidade de mexer pontualmente no IPI.;
Segundo a Fenabrave, as vendas da indústria automobilística cresceram 1,94% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. Foram comercializadas 349.433 unidades, contra 342.795 em janeiro. Na comparação com o mesmo período do ano passado (312.115), o aumento foi de 11,96%.
No ano, as vendas acumulam 8,24% de crescimento, com 692.228 unidades, contra 639.523 comercializadas em janeiro e fevereiro de 2009. De acordo com as projeções feitas pela entidade no início do ano, 2010 deve ser encerrado com a venda total de 2.741.747 unidades, o que corresponde a um aumento de 10,02% ante 2009.
O balanço da Fenabrave mostra que a venda de motocicletas caiu 0,57% em fevereiro, com 120.832 unidades comercializadas. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 13,20%.
De acordo com Sérgio Reze, este é o único segmento que apresenta queda por conta da restrição de crédito dos bancos ao comprador, apesar de haver recursos disponíveis ao financiamento. ;Difícil não é ter comprador, mas o comprador satisfazer as exigências dos bancos. Entretanto, com o crescimento da economia, a tendência é a de que as restrições caiam também;, afirmou.
No segmento de caminhões, que também teve queda em fevereiro (18,60%), o problema é diferente: não faltam compradores, mas, segundo Reze, houve uma retração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os recursos destinados a esse tipo de financiamento. ;Mas isso deve ser resolvido, porque o BNDES deve destinar R$ 40 bilhões para o setor de transportes e assim o comprador voltará a ter aprovação do crédito mais rapidamente;. Na comparação com fevereiro do ano passado, houve aumento de 23,57% nas vendas.
Quanto ao mês de abril, Reze afirmou que não se pode prever qual será o comportamento do mercado, já que a venda de automóveis deve ser medida pelo período, mas que, com base em anos anteriores e no fato de que o mês tem menos dias, o volume de vendas pode ser menor. ;Mas isso não significa que o ano será ruim, nem que em maio isso não possa ser recuperado;, ressaltou.