postado em 04/03/2010 18:55
Brasília - O Brasil pode aumentar a produção agropecuária, inclusive de carne, sem aumentar os impactos ambientais como o desmatamento, diz o pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Paulo Barreto. Nesta quinta-feira (4/3), o Ministério da Agricultura divulgou a projeção de que o país será responsável por quase metade do mercado mundial de carnes.;Será necessário aproveitar melhor as terras já desmatadas, ou seja, aumentar a produção nestas áreas, além de melhoria da genética do gado, de melhor manejo dos solos e do pasto;, afirmou Barreto.
Para ele, o governo precisa manter o combater o desmatamento ilegal, especialmente aquele que ocorre em terras públicas, onde as pessoas ocupam gratuitamente. "Se a ocupação destas terras continuar barata ou gratuita, fica mais barato desmatá-las do que investir no aumento da produtividade das áreas já desmatadas.;
Mauro Pires, diretor do Departamento de Política para o Combate ao Desmatamento, do Ministério do Meio Ambiente, acredita que o Brasil tem território suficiente para combinar proteção ambiental e produção agrícola. ;Na medida em que o Brasil avança em produtividade, com tecnologia, aproveitando melhor as áreas já abertas, nós ganhamos, porque evitamos o desmatamento;.
Segundo Pires, essa expansão na área de carnes significa um crescimento do agronégócio brasileiro. ;Essa ampliação demonstra a competitividade do Brasil no mercado de exportação. Entretanto, essa produção deve ocorrer em áreas abertas de forma a não atingir localidades de proteção ambiental.;
Pires acredita que, pelo fato do Ministério da Agricultura estar comprometido com as metas de redução de gases de efeito estufa, esse crescimento do agronegócio deve ocorrer de forma a não prejudicar o meio ambiente.