Economia

Diretor do BNDES diz que desafio do país é equilibrar o crescimento

postado em 10/03/2010 16:03
São Paulo ; O diretor de Gestão de Riscos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, afirmou nesta quarta-feiar (10/3), que o país vive um cenário muito positivo com previsão de crescimento econômico, nos próximos cinco anos, em torno de 5%.

Ao participar da oficina Brasil: Novo Ciclo de Desenvolvimento, promovida pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Ferraz ressaltou que, no entanto, o desafio, a longo prazo, é transformar esse crescimento em desenvolvimento sustentado.

;Que nada mais é do que a nação ser capaz de gerar mais e melhores empregos. O ;mais; nos dá noção da quantidade, que realmente o crescimento levará à absorção de mais postos de trabalho. O ;melhores; é chave. Se, ao longo do tempo, conseguirmos melhorar a qualificação da mão de obra, as competências das pessoas, a capacidade das empresas, isso resultará em produtos de melhor qualidade para o consumidor, mais elaborados, atendendo demandas de consumo mais sofisticadas e a que as empresas sejam mais eficientes.;

O economista da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) Ricardo Bielschowsky, destacou que o Brasil tem recursos naturais abundantes e sua indústria mostra uma evolução no crescimento, com a economia apresentando um bom cenário de produção e de consumo de massa. ;Estamos em um ciclo de desenvolvimento no mercado interno de produção e consumo de massa que é virtuoso e que vai enfrentar uma série de problemas. Para enfrentá-los, é preciso continuar distribuindo renda, preparar boa infraestrutura e praticar uma política macroeconômica que proteja as exportações;.

Bielschowsky defendeu a necessidade de ampliar os investimentos públicos e privados, cuidar melhor do meio ambiente e buscar maior harmonia territorial. Para ele, as principais dificuldades para chegar nesses pontos estão na educação, na melhoria das empresas e em alcançar uma política macroeconômica que não afete a inflação, mas proteja a competitividade das empresas para reduzir a vulnerabilidade externa da economia brasileira.

;Estou otimista em geral, apesar do cenário internacional complicado de vários lados, existe uma velocidade do progresso técnico gigantesca, que temos que acompanhar. Existe uma preocupação muito correta e saudável com a questão ambiental. É um momento bom, mas com alguma dificuldade. Vamos ver como o próximo presidente da República vai instruir o governo para vencer essas dificuldades e desenvolver o país;, disse.

As propostas discutidas e elaboradas pelos membros do CDES, na oficina, serão enviadas ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

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