Economia

Em fevereiro, comércio registra alta na inadimplência

Endividamento e acúmulo de contas típicas de início de ano são apontados como causas. Brasileiro deixou de adquirir novos bens e reduziu compras a prazo

postado em 11/03/2010 07:00
O volume de calotes no comércio cresceu pelo segundo mês consecutivo. Na comparação entre janeiro e fevereiro, a alta foi de 5,33%. Frente a fevereiro de 2009, o índice de inadimplência medido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) subiu 0,75%. O endividamento exagerado no fim do ano com as festas de Natal e incentivos ao consumo, somados ao início de 2010 com matrículas escolares, impostos e reajustes de preços administrados, figuraram como os principais responsáveis pelo aumento. Com capacidade de pagamento e compra reduzidos, o brasileiro também deixou de adquirir novos bens. As vendas à prazo no comércio apresentaram queda de 7,72% comparado a janeiro. Mesmo com as altas seguidas e o recuo nas vendas, os empresários apostam que o calote assumirá tendência de queda nos próximos meses. Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro, a economia brasileira passa por um bom momento e não há indicações de que a inadimplência seguirá em alta no decorrer do ano. ;Comparado com a expansão do crédito e as vendas de novembro e de dezembro, esse 0,75% é insignificante. Enquanto houve essa pequena alta na inadimplência, a quantidade de pessoas que cancelaram registros no SPC (limparam o nome) aumentou quase 7% comparado com fevereiro do ano passado;, afirmou Pellizzaro. A aposta dos lojistas de que o calote cairá em breve é baseada nas expectativas favoráveis que deverão puxar a atividade econômica do país. Em 12 meses, até janeiro, o crédito total no sistema financeiro nacional avançou 15,7%. Em igual período a população ocupada aumentou em 2,1% e o rendimento médio dessas pessoas, em 1,1%. A tendência, segundo especialistas, é de que esses números continuem a melhorar. ;A alta da inadimplência e a queda das vendas são coisas pontuais. Não há no Brasil indicadores de que isso vá piorar porque este ano vai haver crescimento. O índice de desconforto social, que é a taxa de desemprego mais a inflação, será baixo em 2010. Teremos um ano melhor que o último;, explicou o professor de finanças pessoais da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fábio Gallo. Ouça entrevista com Fábio Gallo, professor de finanças pessoais da FGV

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