Economia

BP entra no Brasil com acordo de US$ 7 bilhões

Agência France-Presse
postado em 11/03/2010 12:21
A gigante do petróleo britânica BP anunciou nesta quinta-feira (11/3) um acordo para comprar, por US$ 7bilhões, ativos da americana Devon Energy, incluindo dez blocos de exploração no Brasil, o que marca a entrada da empresa no país, além de terrenos e projetos no Azerbaijão e em águas americanas do Golfo do México. A transação, toda em dinheiro, "dará uma posição de exploração material nas águas profundas offshore no Brasil e vai melhorar a posição de maneira significativa em zonas estratégicas importantes", afirma a BP em um comunicado. O acordo representa a primeira incursão do grupo britânico no mercado emergente do Brasil, que pode se tornar a médio prazo em grande produtor de petróleo caso sejam confirmadas as milionárias reservas em águas muito profundas. Os ativos comprados do grupo americano no Brasil incluem participações em dez blocos de exploração, oito nas bacias de Campos e Camamu Almada, em águas com profundidades que oscilam entre 100 e 2.775 metros, e duas licenças em terra na bacia do Parnaíba. Os sete blocos da prolífica bacia de Campos incluem três descobertas: Xerelete (com reservas estimadas em mais de 1,4 bilhão de barris), Wahoo e Itaipu, assim como o campo de produção de Polvo. "Além de fornecer uma ampla carteira de ativos nas apaixonantes águas profundas brasileiras, o acordo fortalecerá nossa posição no Golfo do México, vai melhorar nossos interesses no Azerbaijão e nos permitirá progredir no desenvolvimento dos ativos canadenses", afirmou o conselheiro do grupo Tony Hayward. Ao mesmo tempo, a BP venderá a Devon, por US$ 500 milhões, 50% da participação em área de exploração de Kirby, na província canadense de Alberta. O resultado será uma empresa conjunta operada pela Devon que se comprometerá a financiar gastos em capital adicional de US$ 150 milhões em nome da BP. "De uma perspectiva estratégica e operacional, este acordo faz muito sentido para a BP", comenta o analista da Westhouse Securities David Hart. "O acordo no Brasil aborda o que tem sido até agora um evidente buraco em sua carteira de exploração - uma posição off-shore no Brasil", completou. O Brasil tem atualmente reservas petroleiras em águas muito profundas (a entre 5.000 e 7.000 metros) estimadas em 50 bilhões de barris.

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