postado em 24/03/2010 19:48
A disputa entre siderúrgicas e mineradoras pela política de formação de preços do minério de ferro está intensa este ano. As mineradoras querem aproveitar o aumento da demanda e implantar um sistema flexível, em que cobra o preço praticado no mercado à vista de dois meses atrás. Os consumidores querem manter a política antiga, em que o valor dos contratos eram fixados e valiam por um ano. Ontem, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) divulgou nota dizendo que "a manutenção do preço atual, como deseja a Eurofer (Associação Europeia da Indústria Siderúrgica), impactará significativamente de forma negativa a balança comercial brasileira, já que o país é um importante exportador de minério de ferro".Segundo o Ibram, "empresas brasileiras têm empreendido um notável esforço na direção de suprir o mercado nacional e internacional das commodities minerais, esforço esse que se materializa com investimentos, apenas no Brasil, da ordem de U$ 50 bilhões para um período de cinco anos. Sessenta e cinco por cento deste total, cerca de U$ 35 bilhões, se destinam exclusivamente à infraestrutura e desenvolvimento da mineração do ferro".
Para o Instituto, trata-se de uma tentativa das siderúrgicas europeias de impedir a implantação de um novo sistema de precificação do minério de ferro. "Está claro que os europeus estão defendendo seus interesses corporativos e econômicos e inaugurando uma reedição moderna da prática do colonialismo e do mercantilismo, ou seja, impondo preço de compra aos produtores de matéria-prima e vendendo seus produtos a preços de mercado", disse Paulo Camillo Vargas Penna, presidente do Ibram.