postado em 26/03/2010 07:00
A taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu levemente entre janeiro e fevereiro. O índice registrado no mês passado ficou em 7,4% ; alta de 0,2 ponto percentual ; no melhor saldo para o período desde o início da série histórica. A população ocupada com e sem carteira assinada chegou a 21,7 milhões de pessoas (725 mil mais postos de trabalho do que em fevereiro de 2009). O rendimento médio do trabalhador também subiu tanto na comparação com janeiro (1,2%), como no confronto com o mesmo mês do ano passado (0,9%), alcançando R$ 1.398,90.
Os trabalhadores formais somam agora 10 milhões de pessoas, total 1,6% maior do que o registrado em janeiro (mais 156 mil empregos com carteira assinada). No mês, a construção civil foi o setor que puxou o maior número de contratações, seguida pelos segmentos de serviços, entre eles o comércio, e a intermediação financeira. A Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada ontem pelo IBGE, aponta ainda um contingente de desocupados estimado em 1,7 milhão de brasileiros.
Adriana Beringuy, economista do IBGE, destaca que a alta na taxa de fevereiro encerra um primeiro bimestre atípico. ;Foram dois meses onde houve registros de taxas bem abaixo do que costumamos ver. São taxas bem menores do que as de anos anteriores;, explicou. Para ela, alguns setores se destacaram mais do que os outros neste início de ano, o que, conforme a avalista, é natural principalmente em um cenário pós-crise. ;A construção teve uma taxa de crescimento tanto no mês, quanto no ano, mas o comércio também avançou;, resumiu.
O levantamento do IBGE investiga o mercado de trabalho de seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre). Em todas as localidades, renda média e taxa de desocupação variaram pouco em relação ao mês anterior. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) ressaltou em nota que ;saltam aos olhos; os cenários verificados nas cidades pesquisadas. ;Isso significa que o mercado de trabalho brasileiro retomou, definitivamente, seu comportamento bastante positivo que podia ser observado antes do agravamento da crise internacional, ocorrido em setembro de 2008;, reforçou a entidade.
Foram dois meses onde houve registros de taxas bem abaixo do que costumamos ver;
Adriana Beringuy, Economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Ouça entrevista com Adriana Beringuy, economista do IBGE, sobre o desemprego em fevereiro