postado em 29/03/2010 08:44
Começou a corrida dos consumidores em busca de televisões para a Copa do Mundo e, junto, a guerra dos comerciantes pela clientela. A briga para fisgar o brasileiro neste início de 2010 está tão intensa que o custo dos aparelhos está caindo. Tanto que já foram registradas três quedas consecutivas no valor do produto somente neste ano, conforme apurou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) - houve recuo de 0,75% até março. A despeito dessa tendência, é preciso cautela na hora da compra. A diferença de preços para um mesmo equipamento pode variar entre lojas e regiões em até 30%.Na avaliação da consultoria Atco, os preços não devem subir à medida que o campeonato mundial se aproxime e a demanda cresça. "A concorrência está muito grande no mercado. Acredito que nessa Copa o varejo vai vender muito mais que em outras porque chegou o momento de trocar a televisão. Esses aparelhos de LCD que eram inacessíveis para as pessoas há bem pouco tempo, estão caindo no gosto do brasileiro e, de algum forma, cabendo no bolso também", argumentou Américo Silva Filho, diretor da Atco. "O consumidor este ano vai procurar preço. O que tínhamos no passado - de somente duas ou três marcas muito boas - acabou. Hoje, todas têm a melhor tecnologia. Em termos de qualidade, não dá mais para distinguir uma da outra, o preço será determinante na escolha do consumidor", ponderou Silva.
Tamanha disputa entre as marcas e lojas fez os preços variarem expressivamente. Um dos aparelhos mais demandados, a tevê de 40 polegadas LCD Samsung Série 5, foi encontrada por quatro valores diferentes em um shopping de grande movimento de Brasília, o Conjunto Nacional. No Ponto Frio, o produto custava R$ 2.999. Na Ricardo Eletro, estava a R$ 2.899. No Novo Mundo, a R$ 2.700. Nas Casas Bahia, o televisor era encontrado por R$ 2.690. Uma diferença de R$ 309, o equivalente a 11,48% entre a mais cara e a mais barata. Ainda assim, a depender da negociação entre cliente e vendedor, a televisão pode sair com até 15% de desconto. Todas as lojas também frisaram que cobrem qualquer oferta da concorrência.
Pesquisa
O funcionário público João Ribeiro, 37 anos, seguiu à risca a cartilha da pechincha(1). Antes de sair às lojas, comparou preços e aparelhos na internet. Com os preços em mãos foi para as ruas pesquisar e se surpreendeu. Nas lojas virtuais os aparelhos estavam mais em conta. Quando confrontou os vendedores com as ofertas da web, conseguiu desconto em todas as lojas. "Vale a pena comprar uma tevê de LCD para assistir a Copa do Mundo e vários filmes em alta definição. É caro, mas dá para negociar. Fui em muitas lojas e consegui um bom preço. Agora estou preparado para a Copa do Mundo", contou João Ribeiro. Para o estudante Felipe Augusto Santos, 21, é preciso ficar atento também à tecnologia quando comparar preços. "É preciso analisar. Algumas são mais caras e oferecem menos recursos", ensinou Felipe Santos.
Em Taguatinga, uma televisão de 42 polegadas estava quase pelo mesmo preço que os aparelho de 40 polegadas encontrados em Brasília - na média, a R$ 2.700. A reportagem pesquisou tevês semelhantes das marcas LG e Philips e a diferença de preços dos aparelhos de 42 polegadas chegou a 30,44%. As mais baratas, nas Casas Bahia, estavam a R$ 2.299. A de custo mais elevado foi encontrada no Novo Mundo, a R$ 2.999. "Toda essa variação ocorre em função da concorrência e, principalmente, de promoções diárias, que fazem os preços oscilarem constantemente", explicou Américo Silva Filho, diretor da consultoria Atco.
Entre os televisores menores, de 32 polegadas, a disparidade também foi menor, de 20,7%. No Ponto Frio, o produto estava a 1.799. Na Ricardo Eletro, 1.699. As Casas Bahia ofertavam o item a R$ 1.599 e o Novo Mundo tinha o menor preço no momento em que a reportagem fez o levantamento: R$ 1.490. Segundo os vendedores, os preços não eram fixos e podiam oscilar para cima ou para baixo a depender da promoção do dia.