Economia

Mais de 70% dos brasileiros defendem continuidade da redução do IPI, revela pesquisa

postado em 30/03/2010 17:58
Rio de Janeiro ; Pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio/RJ), em 70 cidades do país, incluindo nove regiões metropolitanas, verificou que 14% dos brasileiros aproveitaram o incentivo dado pelo governo de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para adquirir algum bem.

O percentual equivale a cerca de 20 milhões de pessoas. A redução do IPI para automóveis termina nesta quarta-feira (31/3).

O economista da Fecomércio/RJ Christian Travassos disse nesta terça-feira (30/3) que a questão do preço se revelou importante na pesquisa. ;Mais da metade dos brasileiros consultados afirmam que a principal razão que os leva a consumir um produto está exatamente no preço. Então, por conta da redução do IPI incentivar esse tipo de consumo, 71% dos entrevistados afirmaram que o governo deveria manter a redução do IPI ou estender a outros itens;, disse.

A pesquisa também identificou que 53% dos brasileiros priorizaram o preço como fator decisivo na hora de ir às compras, 39% apontaram a qualidade e 5%, a marca.

Destinada a avaliar o comportamento do consumidor no final de 2009 e no início deste ano, a pesquisa da Fecomércio/RJ mostra que o maior consumo foi observado no período em segmentos contemplados com a redução do IPI: material de construção, móveis e geladeiras, havendo uma diferenciação entre as classes de consumidores.

;A pesquisa apontou que, nas classes sociais A e B, o principal item consumido foi o carro. Já em relação à classe C, o material de construção ficou à frente. E, nas classes D e E, o principal item consumido por aqueles que aproveitaram a redução do IPI foi a geladeira;, observou o economista.

A redução do IPI foi mantida pelo governo para o setor de móveis, com alíquota de 5% a partir de 1; de abril. Até amanhã, os móveis, que antes da desoneração eram taxados a 10% estão isentos do imposto. ;O governo, ao nosso ver, entende de maneira importante, nesse momento, o papel do consumo das famílias, do comércio de bens e serviços para o giro da economia. Foi o principal amortecedor dos efeitos da crise e colaborou para que a economia voltasse a crescer, principalmente no último trimestre de 2009;.

Na avaliação do economista da Fecomércio/RJ, não há risco de um recuo significativo na arrecadação se houver continuidade da desoneração porque há uma natural compensação com o aumento das vendas.

Travassos destacou, ainda, que em dezembro do ano passado, as três principais taxas de variação do varejo naquele período foram de segmentos incentivados pela redução do IPI. ;Então, fica clara a correlação da isenção, não só pelo resultado do varejo, mas pelo que responde o consumidor.;

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