Economia

Secretário do Tesouro descarta ampliação de recursos para o BNDES

postado em 30/03/2010 20:55
Brasília ; O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, descartou, no curto prazo, a necessidade de o órgão emprestar mais recursos para aumentar o capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além do aporte de R$ 80 bilhões anunciado no final do ano passado. Segundo ele, as ajudas concedidas pelo governo são suficientes para cobrir a oferta de financiamento do banco.

"Desconheço a necessidade de valor a mais que os R$ 80 bilhões que daremos este ano", disse o secretário. Ele, no entanto, admitiu que o Tesouro pode emprestar mais recursos para o BNDES caso haja necessidade a médio e a longo prazo.

Para Augustin, os aportes ao BNDES não põem em risco as contas públicas porque acarretam a melhoria no perfil dos gastos públicos provocada pela ampliação dos investimentos. ;Nesse caso, será uma excelente notícia, porque significará que o investimento no Brasil estará crescendo fortemente, dando sustentabilidade ao crescimento econômico;, declarou.

Segundo o resultado do Governo Central em fevereiro, divulgado hoje, os investimentos federais somaram R$ 5,4 bilhões nos dois primeiros meses do ano, crescimento de 101% na comparação com o mesmo período do ano passado. Somente os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) totalizaram R$ 2,3 bilhões em janeiro e fevereiro, alta de 132%.

Apesar da ampliação dos investimentos, o secretário do Tesouro reiterou que o governo cumprirá a meta de superávit primário de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) sem a necessidade de recorrer ao mecanismo que permite o abatimento de até 0,97% do PIB de despesas com o PAC. ;Usar ou não o abatimento é uma possibilidade bem presente, mas hoje não há nenhum indicador de que não seja possível cumprir a meta;, afirmou.

Augustin confirmou ainda que o Tesouro Nacional discute, com diversos governadores, a ampliação da capacidade de endividamento de vários estados. Ele, no entanto, negou-se a informar quais estados estão em negociação com o governo federal. ;Por enquanto, só assinamos acordo com o Ceará e foram iniciadas conversações com outros estados;, declarou.

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