postado em 01/04/2010 09:00
Queda no preço dos combustíveis. Essa é a expectativa do mercado e de consumidores com o anúncio da maior safra de cana-de-açúcar desde 1991, ano em que a Única, entidade representante do setor sucroalcooleiro, começou a fazer o levantamento. A estimativa é de 595,8 milhões de toneladas no período 2010/2011, num aumento de 10% em relação à colheita anterior. Para o mercado doméstico, a oferta adicional será de 4,6 bilhões de litros de álcool, número que representa uma expansão de 22,1%. O açúcar, cuja produção poderá crescer 5,4 milhões de toneladas, também deve apresentar retração nos preços, mas em ritmo menor.
[SAIBAMAIS]Segundo o diretor-técnico da Única, Antonio de Padua Rodrigues, o preço do álcool no país será definido pelo próprio mercado, em função da oferta e da procura. "Ele será formado pelo movimento diário desses elementos e dificilmente o consumidor sairá prejudicado", assegurou. O presidente da Única, Marcos Sawaya Jank, foi além. "O consumidor nunca foi punido. Nem mesmo no ano passado, quando houve um momento em que ele passou a usar muito mais gasolina do que etanol em função do preço. O carro flex possibilitou que o brasileiro não ficasse preso a um único produto. Só é preciso deixar que o mercado funcione sozinho para que os preços se equilibrem", argumentou.
A projeção de valores menores, tanto do açúcar quanto do álcool, se explica também porque neste ano, segundo os técnicos da Única, o crescimento da produção será bem mais expressivo que o das exportações. A sobra ficará no mercado interno. No caso do açúcar, as vendas externas devem ficar em 3,3 milhões de toneladas, o que produzirá um saldo de 2,1 milhões de toneladas, que permanecerão no país. O Brasil deve exportar 950 milhões de litros de etanol a menos, numa queda de 34,5%.