Economia

Miguel Jorge espera acordo com os Estados Unidos sobre algodão

postado em 06/04/2010 15:47
Brasília ; O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, considera positiva a perspectiva de acordo com o governo dos Estados Unidos encerrando o impasse em torno do algodão brasileiro. O ministro disse nesta terça-feira (6/4) à Agência Brasil que os Estados Unidos perceberam a necessidade de buscar ;um ponto de convergência; e enviaram negociadores com a proposta de criação de um fundo no valor de US$ 147,3 milhões anuais para financiar projetos do setor de algodão.

;Os Estados Unidos se convenceram que era preciso negociar e buscar um ponto de convergência;, afirmou Miguel Jorge. ;Sempre dissemos que queríamos negociar, evitamos o encrudescimento e provocações. Todo o tempo fomos muito cautelosos e cuidados. Deu certo.;

A dois dias de iniciar a retaliação aos Estados Unidos em decorrência dos subsídios ao setor do algodão, o governo anunciou nesta segunda-feira (5/4) a prorrogação do prazo para a aplicação da medida para o dia 22 de abril. A expectativa é que o governo norte-americano cumpra com a promessa de criar o fundo para o setor. Com isso, seria encerrado o imbróglio e a ameaça de retaliação por parte do governo brasileiro.

;Estou confiante. Acho que essa iniciativa [de adiar a execução da retaliação] foi ótima. A busca por um acordo é sempre o melhor caminho;, afirmou o ministro.

Porém, as propostas anunciadas ontem são consideradas provisórias. A expectativa é que sirvam de base para uma medida final na disputa aberta pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Por ordem do organismo, o Brasil pode retaliar os Estados Unidos em US$ 591 milhões em exportações de produtos americanos e US$ 238 milhões na área de propriedade intelectual.

Na tarde de ontem a Câmara de Comércio Exterior (Camex) examinou a possibilidade de adiar a retaliação. Para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, há a possibilidade de ;entendimento mais abrangente;. No entanto, o chanceler reiterou que é necessário compreender que há medidas que têm apenas o caráter provisório e não permanente.

[SAIBAMAIS];Qualquer entendimento que esteja aquém da plena implementação das determinações da OMC será, por definição, temporário;, disse Amorim. ;Essa implementação plena envolverá ações complexas tanto do Executivo, quanto do Legislativo norte-americanos. Um conjunto de procedimentos que ofereça condições adequadas, ainda que temporárias, será, de qualquer forma, bem-vindo.;

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