Agência France-Presse
postado em 08/04/2010 08:46
As companhias aéreas britânica British Airways (BA) e espanhola Iberia anunciaram nesta quinta-feira (8/4) a assinatura de um acordo definitivo de fusão, que criará um dos gigantes deste setor afetado pela crise e em plena consolidação.
[SAIBAMAIS]"British Airways e Iberia deram hoje mais um passo para a criação de um novo grupo aéreo líder na Europa", afirma um comunicado conjunto.
O acordo definitivo, que deveria ter sido assinado no primeiro trimestre do ano, inclui os termos e as condições do protocolo de fusão assinado em 12 de novembro, após mais de um ano de negociações difíceis entre as empresas.
Quando for executada, provavelmente no fim de 2010, a fusão criará um grupo com uma frota de 408 aviões que transportarão mais de 58 milhões de passageiros a 200 destinos, combinando a forte presença da British na América do Norte, Ásia e África com a preponderância da Iberia nas rotas para a América Latina.
Graças à aliança, que segundo o comunicado beneficiará os acionistas, os clientes e os funcionárias das duas companhias, Iberia e British Airways esperam economizar 400 milhões de euros (532 milhões de dólares) anuais a partir do quinto ano de operações.
A fusão, que acontecerá por meio de uma troca de ações, criará a holding International Consolidated Airlines Group SA, ou International Airlines Group na versão abreviada, com cotação nas Bolsas de Londres e Madri.
Como já previa o protocolo de acordo, Iberia e British Airways manterão as respectivas marcas e operações.
Os acionistas da BA receberão uma ação do International Airlines Group por cada ação que possuem da companhia britânica e os da Iberia 1,0205 ação da nova empresa por cada uma da empresa espanhola. A equação da troca será de 45% para a Iberia e 55% para a British.
"A fusão foi estruturada de maneira a facilitar a participação em futuros processos de consolidação do setor aéreo mundial", explica o comunicado das empresas, que passarão a ser o número dois europeu em termos de capitalização, atrás apenas da Lufthansa.
O presidente da Iberia, Antonio Vázquez, destacou o "passo importante para a criação de uma das principais companhias aéreas do mundo, que estará melhor preparada para competir com outras grandes companhias".
Vázquez presidirá o novo grupo, que terá sede em Madri, com o presidente da British Airways, Martin Broughton. Willie Walsh, conselheiro delegado da companhia britânica, será o principal executivo.
A operação ainda está condicionada à aprovação dos acionistas dos dois grupos, que têm assembleias gerais previstas para novembro, e ao sinal verde das autoridades europeias de concorrência.
Iberia e British Airways, membros da aliança OneWorld, anunciaram a intenção de fusão em julho de 2008 para competir em melhores condições com os dois até agora líderes europeus: Lufthansa e Air France-KLM.
Mas as dificuldades do setor de transporte aéreo durante a crise, a evolução da capitalização na Bolsa e o plano de aposentadorias da companhia britânica complicaram as negociações.
O protocolo de acordo de fusão incluía uma cláusula que permitia à Iberia abandonar as negociações se a BA não chegasse a um acordo "razoavelmente satisfatório" para solucionar o déficit de seus planos de aposentadorias. Isto foi alcançado em março.
British Airways e Iberia sofreram grandes prejuízos em 2009 com a redução da demanda durante a crise e a concorrência intensa das companhias de baixo custo em seus mercados.