Economia

Crise econômica deixa 53 milhões de desnutridos na América Latina, diz FAO

Agência France-Presse
postado em 13/04/2010 17:01
A crise econômica dificultou o acesso das camadas mais vulneráveis da população latino-americana aos alimentos, deixando 53 milhões de pessoas com problemas de desnutrição na região, informou nesta terça-feira a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Segundo esse órgão da ONU, o cenário atual da segurança alimentar da América Latina e Caribe caracteriza-se por uma alta volatilidade dos preços dos produtos básicos, especialmente os alimentos, o que dificulta seu acesso para os mais pobres.

"A crise da alta dos preços dos alimentos e a desaceleração econômica não fizeram nada além de tornar mais agudo o problema do acesso à alimentação, especialmente entre crianças, mulheres e indígenas", disse o Representante Regional da FAO para América Latina e Caribe, José Graziano da Silva.

A inflação, o desemprego, a diminuição das remessas e os altos preços dos alimentos reduziram a renda dos segmentos mais pobres da população e agravaram suas dificuldades no acesso a uma alimentação adequada, diz um documento da FAO que será discutido no Panamá no final de abril durante a 31; Conferência Regional do órgão.

A FAO prevê que a saída da crise será lenta, antevendo sequelas duradouras, sobretudo nos países onde a produção, o comércio e a arrecadação fiscal tenham caído e nas nações que sejam dependentes das importações de alimentos e de energia, com baixa demanda pelas exportações.

A organização estima que 53 milhões de pessoas sofrem de desnutrição na América Latina e no Caribe, a mesma quantidade contabilizada no período de 1990-1992.

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