"O banco irá financiar a hidrelétrica dentro do seu limite de prudência em relação ao patrimônio de referência, hoje de R$ 13 bilhões, no máximo, em financiamento direto;, explicou Coutinho. Esse limite equivale a 25% do patrimônio de referência do banco.
Segundo o diretor da Área de Infra-Estrutura do BNDES, Wagner Bittencourt, isso não descarta, porém, a possibilidade de o banco financiar os ganhadores do leilão por meio da rede de agentes bancários. ;Vai depender da capacidade do projeto de absorver dívida;, afirmou Bittencourt.
Luciano Coutinho admitiu que as condições de financiamento para a Usina de Belo Monte poderão ser melhores do que as concedidas para as usinas de Jirau e de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. De acordo com Coutinho, isso se explica porque ;Belo Monte é um projeto pelo menos duas vezes maior e tem mais riscos do ponto de vista geológico;.
Ele reconheceu que o BNDES está um pouco atrasado na divulgação das condições financeiras, porque ;queria aumentar a competitividade no processo;. De acordo com Coutinho, o BNDES está trabalhando para viabilizar o leilão, programado para o próximo dia 20.
Coutinho ressaltou que o projeto tem demanda e licenciamento ambiental com salvaguardas estabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). ;É uma oferta de energia mais limpa. Não fazê-lo significa, eventualmente, ter de lançar mão de termelétricas e de outras fontes mais poluentes;, afirmou.
Ele disse ainda que o banco vai trabalhar junto com os municípios e governos locais para cuidar da eficiência do projeto de maneira ;mais engajada e preocupada;. Em todos os leilões de energia hidrelétrica, a participação do BNDES no financiamento dos projetos chega, em média, a 70%.