postado em 16/04/2010 11:05
Determinado a cooperar na busca por uma solução que leve à paz entre palestinos e israelenses, o governo brasileiro se faz presente no Líbano no momento em que a crise na região se agrava.O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, reuniu-se hoje (16/4) com o presidente libanês Michel Sleiman, e o primeiro-ministro do país, Saad Hariri. Ontem (15/4), eles convocaram uma reunião de emergência para discutir o aumento da tensão no Oriente Médio.
Em meio ao acirramento das tensões, Jorge deu de presente a Sleiman uma camisa da seleção brasileira, com a inscrição do nome do presidente Sleiman nas costas. Os dois conversaram sobre a Copa do Mundo e os investimentos mútuos no comércio entre Brasil e Líbano.
No ano passado, o Brasil vendeu ao Líbano US$ 285,2 milhões, mas as importações brasileiras tiveram queda de 97,5%, passando de US$ 53,5 milhões para US$ 1,3 milhão.
No entanto, o assunto que predominou nas discussões políticas no Líbano e na imprensa é o temor causado pela suspeita dos israelenses. O governo de Israel acusa a Síria, que tem uma longa e tensa fronteira com o Líbano, de incentivar uma nova incursão militar na região por supostamente financiar o fornecimento de mísseis Scud ao grupo xiita libanês Hezbollah.
O governo de Israel não apresentou provas das denúncias. Os sírios negam as acusações, mas a suspeita é suficiente para causar a elevação da temperatura numa região já naturalmente tensa.
Segundo informações de integrantes do Hezbollah, há um arsenal de cerca de 30 mil foguetes em seu poder, preparado desde de 2006. Alguns mísseis Scud têm condições de chegar a centenas de quilômetros. Na prática, eles poderiam atingir até o Sul do Líbano, onde o grupo armado tem mais força.
A dimensão e força do arsenal do Hezbollah preocupam os Estados Unidos. Porém, o governo norte-americano atua para ampliar o distanciamento entre a Síria e o Irã ; cujo governo é suspeito de apoiar o Hezbollah no Líbano e o Hamas na Faixa de Gaza. Para isso os norte-americanos contam com a ajuda do Líbano, cujo governo mantém estreitas ligações, pois o país faz fronteira com a Síria.
Paralelamente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reitera sua defesa de uma solução negociada para encerrar a crise história na região da Faixa de Gaza. No mês passado, ele se reuniu com autoridades israelenses e palestinas. Também visitou Israel e a área denominada Palestina. Para o governo brasileiro, os palestinos têm direito a um Estado e contam com o apoio do Brasil.