Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 17/04/2010 07:00
O Banco do Brasil ficou ontem em uma saia justa depois do vazamento de informações de que está prestes a fechar a compra do Banco Patagônia, da Argentina. A notícia obrigou a instituição a publicar, logo no início da manhã, um fato relevante confirmando a intenção da compra. Mas, por conta do silêncio imposto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em períodos que antecedem a venda de ações ; o banco colocará à venda 286 milhões de papéis ordinários ;, o BB não pôde ser explícito sobre a operação, conduzida por seu presidente, Aldemir Bendine. A expectativa é de que um acordo final seja assinado em Buenos Aires nos próximos dias.Em comunicado ao mercado, assinado pelo vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores, Ivan Monteiro, o BB limitou-se a dizer que há apenas um estudo para a aquisição de participação acionária do Patagônia. Segundo o banco brasileiro, entre as alternativas em análise está a compra do controle acionário da instituição argentina ou uma participação relevante. Já o Banco Patagônia informou que as negociações para a venda estão ;muito avançadas;. As negociações sobre o controle do Patagônia envolvem os 49,94% sob o controle da família Stuart Milne, os 9,26% do investidor Emílio Gonzales Moreno e os 9,99% da italiana Intesa.
Estratégia
O banco argentino possui 138 agências, portfólio que ajudará na estratégia de internacionalização do banco brasileiro. A aquisição fortalecerá a posição do BB na Amércia Latina, onde já é líder. E o avanço do BB não deve parar por aí. Outros bancos argentinos estão na mira, assim como instituições bancárias do Chile, Uruguai e Peru. No início da semana, o banco brasileiro informou ao mercado que obteve autorização do Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, para exercer suas atividades nos Estados Unidos. A instituição considera, inclusive, adquirir algum banco regional dos EUA para acelerar o processo de ingresso naquele mercado, notadamente Boston e New Jersey, com grande concentração de brasileiros.
A venda de ações ordinárias do Banco do Brasil, ainda sem data marcada, deverá ocorrer neste semestre, segundo expectativas do mercado. Deverão subscrever os papéis os atuais acionistas do banco. O objetivo é engordar o patrimônio da instituição em cerca de R$ 8,5 bilhões. Paralelamente, os acionistas majoritários ; Tesouro Nacional, Previ e BNDES-Par ; vão vender no mercado o equivalente a 3,3% da participação que detêm no BB. Com isso, a instituição conseguirá atingir o percentual de 25% de ações negociadas em bolsa, o suficiente para o ingresso no novo mercado da BM, onde estão listadas as empresas mais transparentes.