postado em 19/04/2010 08:16
Candidatos que se sentiram prejudicados no concurso do Ministério dos Transportes querem que a organizadora do evento, a Cetro, seja responsabilizada pelo tumulto generalizado que impediu que muitos deles completassem as provas. Uma queixa conjunta foi aberta na Polícia Federal, que deve investigar se houve negligência no cumprimento das normas do edital e no trato com os concurseiros. Há relatos de pessoas que utilizaram celulares durante a aplicação das provas e deixaram o prédio da instituição de ensino antes do prazo mínimo estabelecido no comunicado de convocação.Uma denúncia ainda mais grave foi feita por candidatos que não conseguiram concluir a avaliação. Menos de uma hora depois de iniciado o certame, um grupo de pessoas deixou as dependências do prédio com o caderno de questões e a prova aplicada em mãos. Pelas regras do concurso, essas pessoas só poderiam sair de sala com o exame faltando uma hora para acabar a seleção.
[SAIBAMAIS];Saí da sala às 16h, mas o tumulto já tinha começado muito antes disso. Nos corredores, o que se via eram candidatos com provas nas mão e até celulares. Todo mundo estava revoltado e gritando muito;, disse a administradora Carla Martins, 24 anos, que concorreu a uma das 100 vagas disponíveis para o cargo de analista técnico administrativo. Assim como ela, todos os candidatos que fizeram provas na tarde de ontem concorreram a vagas de nível superior. Foi em razão da troca de provas de nível superior por exames de nível médio que se originou o tumulto de ontem.
Violência
A confusão teve início por volta das 15h, cerca de 20 minutos após o começo do certame. Candidatos que faziam provas em salas onde não ocorreu a troca de provas concentravam-se nas questões quando sugiram os primeiros gritos vindos da sala onde houve a troca de exames. ;Estava a maior confusão, com gente no corredor com provas e celulares nas mãos. No banheiro também vi gente com celular, constatou a concurseira Daiense Figueiredo, 27 anos. A administradora Carla Martins, 24, disse ter se assustado com tamanha desorganização.
A psicóloga Camilla Barcelos, 24 anos, denuncia a violência do protesto. ;Nunca vi nada assim. Tinha gente empurrando fiscal para querer entrar em sala;, afirmou. Segundo ela, mesmo com a confusão, a ordem dada pelos fiscais de prova foi a de não interromper os exames. ;Achei um absurdo eles quererem que continuássemos depois daquele tumulto.; A servidora pública Clara Farias, 26, contou que, em certo momento, não houve resistência em impedir a saída dos candidatos, que deixaram o prédio da Unieuro com as provas em mãos. ;Fiquei até com o gabarito;, disse.