O leilão da hidrelétrica de Belo Monte voltou a ser suspenso. Na noite desta segunda-feira a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reiterou a dúvida sobre realização do evento, previsto para esta terça-feira (20/4). Mais cedo, a Justiça Federal do Pará havia aceitado o pedido do Ministério Público Federal do estado também para a não realização do leilão, alegando falha na licença ambiental concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
Mantendo sua posição desde o início, a Advocacia Geral da União (AGU) informou que vai recorrer e que espera reverter a decisão.
A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte, na Bacia do Rio Xingu, já dura mais de 20 anos. Entre muitas idas e vindas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, vem sendo alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA). A polêmica foi intensificada em fevereiro deste ano, quando o Ministério do Meio Ambiente (MMA) concedeu a licença ambiental prévia para a construção.
A usina hidrelétrica de Belo Monte, que deverá ser a terceira maior do mundo, atrás da binacional Itaipu e da chinesa Três Gargantas, tem investimentos previstos de R$ 19 bilhões e o preço-teto de R$ 83 por MWh. Vence o leilão quem oferecer o maior deságio. O empreendimento tem entrada em operação prevista para 2015 (1; fase) e 2019 (2; fase), e terá capacidade instalada de 11 mil MW, com garantia física de 4.571 MW médios.