A guerra declarada entre Aldemir Bendini, presidente do Banco do Brasil, e Sérgio Rosa, que deixará, no fim de maio, a presidência da Previ, o fundo de pensão dos empregados da instituição financeira, caiu como uma bomba no Palácio do Planalto. Há o temor de que as trocas de acusações entre os dois, motivadas pelo controle da maior fundação de previdência privada da América Latina, com patrimônio de R$ 142 bilhões, acabem resvalando para o campo político, dando munição à oposição para atacar a candidatura da petista Dilma Rousseff à Presidência da República.
Com participação acionária em empresas como a Vale, a Embraer, a Petrobras, a Oi e o próprio BB, a presidência da Previ se transformou, nos últimos anos, em um dos cargos mais ambicionados do setor público. Muito mais do que vários ministérios, devido aos benefícios que se podem tirar de tamanha influência ; inclusive doações para campanhas políticas. Rosa, que cumpriu dois mandatos em quase 10 anos e não pode mais ser reconduzido ao cargo, quer fazer seu sucessor: Joilson Rodrigues Ferreira, diretor de Participações do fundo. O presidente do BB, que tem a prerrogativa de indicar o comandante da Previ, deseja nomear Paulo Rogério Caffarelli, atual vice do BB.
Sérgio Rosa tem uma ficha de bons serviços prestados ao governo ; o mais recente deles, garantir, por meio de uma das controladas da Previ, a Neoenergia, um dos consórcios para disputar a usina de Belo Monte. Ele tem como principal padrinho o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), que vem defendendo o nome de Joilson para a presidência da fundação. Bendini, por sua vez, conta com o apoio do ministro da Fazenda, Guido Mantega. O presidente do BB acredita que o comando do fundo deve ser profissionalizado, já que, nos últimos anos, foi dominado por sindicalistas em tradição em gestão. Além de Rosa, vão deixar a Previ o diretor de Administração, Francisco Alexandre, e a diretora de Planejamento, Cecília Siqueira.
A diretoria executiva da Previ é constituída de seis diretores, três indicados pelo patrocinador, o BB, e três pelos associados. Dos indicados pelo banco, apenas Rosa sairá. Dos eleitos pelos funcionários, permanecerá apenas o diretor de Seguridade, José Sasseron. Duas chapas disputam a eleição, incluindo cargos nos conselhos deliberativo e fiscal