postado em 20/04/2010 17:02
O empréstimo de R$ 80 bilhões em títulos do Tesouro Nacional para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não terá impacto significativo na dívida pública, disse hoje (20/4) o coordenador de Operações da Dívida Pública, José Franco de Morais. Segundo ele, a transação não influenciará negativamente a dívida porque já está prevista no planejamento do governo para 2010.
"Não haverá impacto forte nas variáveis, porque as emissões para o BNDES já estão previstas no PAF (Plano Anual de Financiamento), divulgado no início do ano", disse Morais. O Tesouro Nacional, acrescentou ele, fez simulações de emissão que não apontaram nenhuma elevação significativa na proporção entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB).
Anunciado no fim do ano passado, o empréstimo de R$ 80 bilhões para o BNDES até agora não foi realizado. O dinheiro será usado para o banco ampliar as linhas de crédito para a aquisição de máquinas e equipamentos, prorrogadas para dezembro.
Segundo Morais, o Tesouro e o banco ainda estão negociando os termos do acordo do empréstimo. "A emissão tem de atender tanto a estratégia de financiamento da dívida pública e as necessidades do BNDES", explicou.
O coordenador de Operações da Dívida Pública disse que as emissões provavelmente seguirão os mesmos moldes do empréstimo de R$ 100 bilhões realizado no ano passado. Os títulos serão emitidos em parcelas para o banco, que revenderá os papéis no mercado e usará o dinheiro para ampliar o capital.
A participação de estrangeiros na dívida pública interna voltou a bater recorde em março. Segundo o Tesouro, a proporção de investidores externos passou de 8,75% em fevereiro para 8,87% no mês passado. Em valores absolutos, a fatia dos aplicadores internacionais na dívida federal interna subiu de R$ 118,3 bilhões para R$ 121,5 bilhões.
De acordo com Morais, os investidores externos estão diversificando as aplicações em papéis brasileiros. "Tradicionalmente, os não residentes aplicam em títulos prefixados (com juros definidos antecipadamente) de longo prazo, mas muitos aplicadores estrangeiros têm optado por papéis prefixados de curto prazo e por títulos vinculados a índices de preços."