Economia

Ritmo de crescimento da economia está em alta, indica pesquisa

postado em 22/04/2010 11:51
A atividade econômica do Brasil cresceu 7,3% nos dois primeiros meses do ano comparada a igual período de 2009. Somente em fevereiro deste ano aumentou 7,4%, a maior variação desde julho de 2008, segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica que aponta, mensalmente, a evolução do Produto Interno Bruto (PIB). Com essa alta, o resultado do acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro é de 1,4% ante 0,6% em janeiro.

De acordo com o levantamento da empresa de consultoria Serasa Experian, entre os destaques do bom desempenho da economia brasileira estão o aumento de 24,3% nos investimentos produtivos, bem superior ao registrado em janeiro (15,2%), e o consumo das famílias, que passou de 10,2% em janeiro para 10,5% em fevereiro.

Com a demanda aquecida, a indústria aumentou a produção , passando de 11,5% para 13,4%. As demais áreas produtivas pesquisadas também cresceram, mas a um ritmo abaixo: a agropecuária, com 2,6%, mas em processo de recuperação depois de uma queda de -0,7% (janeiro), e serviços, com 4,7%, ligeiramente inferior a janeiro (4,9%).

O gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi, esclareceu que a expressiva evolução dos investimentos não está associada apenas à compra de máquinas e equipamentos para a modernização do parque fabril, mas também ao maior dinamismo que o país vem registrando na área da construção civil. "Além dos projetos vinculados ao PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], que se refletem em obras de infraestrutura, temos em andamento as construções de residências", observou o economista.

Na análise dele, o fato de as importações terem subido 44,1%, em nível bem superior ao das exportações (13,3%), justifica-se tanto pela valorização da moeda nacional, o real, frente ao dólar, quanto pelo consumo em alta no mercado interno. Parte das compras feitas pelo Brasil no exterior refere-se a bens voltados para os investimentos na produção, mas em meio ao volume de mercadorias importadas também estão muitos produtos que vinham sendo comercializados com estímulo fiscal, caso dos automóveis, por exemplo, explicou Rabi.

Com base nos indicadores utilizados para os cálculos da pesquisa, o economista prevê um crescimento do PIB para 2010 de 6,2%, acima da projeção revisada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de 5,5%, e do previsto no boletim Focus, do Banco Central (5,8%).

Segundo a estimativa da Serasa Experian, a tendência é de uma redução da atividade no segundo trimestre diante "da retirada dos estímulos fiscais à aquisição de veículos e pelos efeitos da política de aperto monetário (elevação de juros e compulsórios)".

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