postado em 22/04/2010 18:15
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou nesta quinta-feira (22/4) o risco de superaquecimento na economia brasileira. Segundo ele, não existe o perigo da formação de uma bolha de ativos no país.O ministro considerou exagerada a previsão de crescimento acentuado do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. De acordo com a assessoria do Ministério da Fazenda, Mantega afirmou que o Banco Central tomará as medidas adequadas caso constate sinais de superaquecimento.
Para Mantega, somente após a divulgação dos indicadores econômicos de abril e maio será possível verificar as reais condições da atividade produtiva. Ele ressaltou que as previsões da Fazenda estão menos otimistas que as de muitos analistas financeiros, cenário diferente do observado até os anos anteriores, quando as projeções oficiais de crescimento superavam as das instituições financeiras.
Além da atuação do Banco Central, Mantega, de acordo com a assessoria, ressaltou que os incentivos fiscais concedidos no ano passado para estimular a economia estão sendo retirados. O governo pretende manter as desonerações apenas para os investimentos, não para os bens de consumo.
Nesta quarta (21/4), o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou um crescimento de 5,5% para a economia brasileira, mas alertou para o risco de superaquecimento no país. Hoje, a agência de classificação de risco Moody;s estimou um crescimento de 6% em 2010 e defendeu que os juros básicos encerrem o ano em 11% para impedir a disparada da inflação. Atualmente, a taxa Selic está em 8,75% ao ano.
Na semana passada, o banco JP Morgan previu uma expansão de 7% no PIB brasileiro, número distante da estimativa oficial de 5,2%, do Ministério da Fazenda, e de 5,8%, do Banco Central.
O ministro está em Washington para uma reunião com representantes do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo. No encontro, ele defendeu a participação mais ativa dos países emergentes na reforma do sistema financeiro internacional. Conforme a assessoria, Mantega afirmou que não é bom que o real aumente perante o dólar e o iuan (moeda chinesa).