postado em 29/04/2010 16:00
Brasília ; O pagamento de precatórios e sentenças judiciais deteriorou as contas de março do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). Segundo números divulgados há pouco pelo Tesouro, o Governo Central apresentou déficit primário de R$ 4,6 bilhões no mês passado, contra resultado negativo de R$ 1,1 bilhão registrado em fevereiro.Esse foi o primeiro déficit primário para março desde o início da série, em 1997, e o pior resultado desde setembro do ano passado. De acordo com o Tesouro Nacional, o pagamento de R$ 6,8 bilhões de precatórios em março, contra R$ 252,4 milhões em fevereiro, impulsionou os gastos do governo. Além disso, houve crescimento de R$ 4,2 bilhões nas despesas não obrigatórias.
O resultado de março também impactou negativamente as contas do primeiro trimestre. No acumulado de janeiro a março, o superávit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública) acumulado foi de R$ 8,2 bilhões. A quantia é R$ 1,3 bilhão inferior à registrada no mesmo período de 2009, quando a economia estava em crise e o governo decidiu reduzir o esforço fiscal para estimular a economia. A meta de superávit primário para o primeiro quadrimestre é de R$ 18 bilhões. Para cumpri-la, o Governo Central terá de economizar pelo menos R$ 9,8 bilhões em abril.
Impulsionados pelos restos a pagar (verbas de outros anos autorizadas pelo governo), de janeiro a março, os investimentos mais do que dobraram. De acordo com o Tesouro, no primeiro trimestre, o Governo Central investiu R$ 9,5 bilhões, crescimento de 116% em relação ao mesmo período de 2009. Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somam R$ 4 bilhões, alta de 152% na comparação com os três primeiros meses do ano passado.