postado em 01/05/2010 13:21
Washington (EUA) ; Apesar de o crescimento econômico dos Estados Unidos, de 3,2% no primeiro trimestre (taxa anualizada), ter ficado abaixo das previsões do mercado financeiro, o presidente Barack Obama respirou aliviado. ;Felizmente, estamos bem melhor do que há um ano;, disse. ;O que essa cifra significa é que a nossa economia como um todo está em um lugar muito melhor do que há um ano;, emendou, em conversa com jornalistas. Na sua avaliação, ainda que haja motivos para comemoração, é importante manter os pés no chão. ;Os americanos ainda têm um longo caminho a percorrer na direção da recuperação;, frisou.A expectativa dos analistas era de que o Produto Interno Bruto (PIB) americano registrasse expansão de 3,3% em relação aos últimos três meses de 2009. Mas o resultado ligeiramente inferior divulgado pelo Departamento do Trabalho não provocou desânimo, pois foi o terceiro trimestre consecutivo de alta da atividade da maior potência econômica do mundo. Ou seja, o incremento do PIB confirma a continuidade da recuperação da pior crise desde os anos 1930. Entre outubro e dezembro de 2009, o PIB americano havia aumentado 5,6% em ritmo anual, o maior crescimento em seis anos.
Motor aquecido
A despeito de todos os sinais de fragilidade admitidos por Obama, os observadores do mercado comemoraram a recuperação do consumo das famílias, tradicional motor da economia americana, que avançou 3,6% de janeiro a março deste ano. ;Os consumidores estão gastando muito mais em quase tudo;, afirmou Joel Naroff, da Naroff Economic Advisors, à agência France Presse. O gasto do consumidor sitou-se em seu nível mais elevado desde o início de 2007, antes de ser atingido por uma crise econômica que eliminou oito milhões de postos de trabalho nos Estados Unidos.
A demanda por bens duráveis, mais caros, deu um pulo de 11,3% em relação ao trimestre anterior. As despesas com serviços também cresceram no ritmo mais rápido desde os primeiros meses de 2007. ;O aumento no PIB real no primeiro trimestre reflete, primeiramente, as contribuições positivas do consumo pessoal;, assinalou o Departamento do Trabalho americano. As empresas também prosseguiram com a recuperação, o que impulsionou o crescimento. Segundo Dean Barker, do Centro para a Pesquisa sobre Economia e Política, essa foi a primeira recuperação real do setor produtivo desde o primeiro trimestre de 2008.
Entre os pontos negativos, os analistas apontaram como principal golpe para a economia a queda de 3,8% dos gastos públicos, já que as autoridades tentaram corrigir distorções nos desembolsos. Para os mais pessimistas, o atual ritmo de crescimento não é suficientemente robusto para manter a recuperação econômica. ;Os números atuais são uma nova confirmação do fim da recessão e de que a recuperação é apenas moderada e decepcionante;, afirmou Peter Morici, da Universidade de Maryland. ;A informação não é animadora, nem se olhar para mais adiante. Depois de uma recessão tão longa e danosa, devemos esperar vários trimestres com crescimentos de 5%;, concluiu.