Atenas (Grécia) ; Assustados com a forte deterioração da economia europeia, contaminada pela derrocada da Grécia, os ministros das Finanças da Zona do Euro vão se reunir amanhã, na tentativa de selar um acordo internacional para socorrer a doente economia grega. Mas, mesmo reconhecendo o terreno perigoso no qual se meterem, eles garantem que a ajuda só sairá se houver um compromisso do primeiro, Georges Papandreou, com um severo plano de austeridade fiscal. Na avaliação dos líderes europeus e do Fundo Monetário Internacional, sem esse compromisso, que passa pelo corte de salários dos servidores públicos, a Grécia será jogada aos leões.
Papandreou, porém, nem pensa em tal possibilidade. Para ele, o socorro internacional é a única alternativa de ;sobrevivência; de seu país. O socorro(1) poderá chegar a 135 bilhões de euros ou a US$ 180 bilhões até 2012, dos quais 45 bilhões de euros (US$ 60 bilhões) serão liberados neste ano. Em troca, o governo grego terá de enfrentar as resistências dos sindicatos de trabalhadores, que convocaram greve para o próximo dia 5 de maio. ;A conclusão do acordo está próxima;, declarou um porta-voz da Comissão Europeia pelas questões econômicas, Amadeu Altafaj. ;Estamos próximos de um acordo positivo;, emendou o ministro grego das Finanças, Georges Papaconstantinou.
Sinal verde
Uma vez validada pelos ministros, o socorro à Grecia terá de ser aprovado por unanimidade por todos os Estados da Zona do Euro. E o sinal verde poderá ser dado durante a cúpula de líderes de Estado da região, entre os dia 7 e 10 de maio. Contribuinte mais generosa do plano de ajuda à Grécia (8,4 bilhões de euros no primeiro ano), a Alemanha, relutante até o último momento, informou que o país poderá decidir sobre o apoio à Grécia ainda hoje.
Mas o ministro alemão de Economia, Rainer Bruederle, afirmou que não será suficiente ;assinar o cheque;. Para ele, a Grécia terá que ;fazer o seu dever de casa;. O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, exprimiu sérias dúvidas sobre a capacidade de o governo grego reduzir a sua dívida pública, prevendo uma reunião ;tensa; entre Atenas e seus companheiros europeus.
Segundo uma fonte ouvida pela France Presse, a Grécia poderá ser obrigada a reduzir seu deficit público a cerca de 14% do PIB em 2009 para 4% no final de 2011 e cortar 25 bilhões de euros (US$ 33,3 bilhões) em dois anos.
O número
135 bilhões de euros
Total da ajuda prometida ao governo grego
1 - Bolsas em baixa
A expectativa de um acordo rápido entre os líderes europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para socorrer a Grécia deu alívio aos mercados ontem, mas não foi suficiente para reverter as perdas das principais bolsas de valores da Europa. Em Frankfurt, o índice Dax 30 encerrou os últimos cinco dias com queda de 0,15%. Em Londres, a baixa acumulada foi de 1,15%. Na Bolsa de Paris, houve baixa de 0,62%.