ATENAS - O governo grego, a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram a um acordo na noite deste sábado (1/5) sobre o plano de ajuda financeira à Grécia, informou à AFP um funcionário do ministério das Finanças em Atenas.
O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, anunciará na manhã deste domingo, no conselho de ministros, os detalhes do acordo obtido para a entrega da ajuda à Grécia, que exige duras medidas de austeridade do país.
Papandreou abrirá a reunião às 06H30 GMT (03H30 Brasília), com um discurso ao vivo em rede nacional de televisão, segundo fontes do governo.
O ministro grego das Finanças, Giorgos Papaconstantinou, apresentará em seguida as principais medidas de austeridade que o governo grego assumiu em troca do socorro financeiro, revelou a mesma fonte.
Papaconstantinou dará uma entrevista coletiva, às 08H30 GMT (05H30), para revelar detalhes do plano, antes de viajar a Bruxelas, para participar a tarde de uma reunião do Eurogrupo consagrada à ajuda.
As negociações, iniciadas em Atenas no dia 21 de abril por representantes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do FMI, se estenderam até a noite deste sábado no ministério da Economia, e levaram a um "texto comum que apresenta, de forma detalhada, as medidas e as modalidades da ajuda", destacou a fonte.
O pacote ficará entre 100 bilhões e 120 bilhões de euros, a serem liberados durante três anos, segundo a ministra francesa da Economia, Christine Lagarde.
Após uma reunião com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a ministra revelou que "o FMI e a Comissão Europeia discutiram sobre uma margem de 100 bilhões e 120 bilhões de euros". "O plano ficará, provavelmente, dentro desta margem".
No primeiro ano, seriam desbloqueados 45 bilhões de euros, sendo cerca de 30 bilhões em emprestimos bilaterais de países da zona euro e 15 bilhões do FMI.
A revista alemã Spiegel revelou que a Grécia ficará por 10 anos sob controle do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Assim que receber o aval dos ministros das Finanças, o plano deverá ser ratificado pelos chefes de Estado e de Governo da Zona Euro, provavelmente durante uma cúpula em 7 ou 8 de maio.
De acordo com uma fonte sindical grega, Atenas poderá ser obrigada a reduzir seu déficit público, de cerca de 14% do PIB em 2009, a algo em torno de 4% até o final de 2011, realizando cortes de 25 bilhões de euros nesses dois anos.
"As medidas econômicas que devemos instituir são necessárias (...) para nossa sobrevivência", insistiu na véspera o premier Papandréou.