Agência France-Presse
postado em 02/05/2010 12:20
A Grécia aprovou neste domingo um plano de austeridade de 30 bilhões de euros em três anos, em troca da ajuda financeira a ser concedida por países da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional, que evita a quebra do país, mas impõe grandes sacrificios à população, disse o premier Georges Papandreou.As medidas de austeridade, que incluem a supressão do 13; e do 14; salário na função pública e um aumento de impostos, como a Taxa sobre o Valor Agregado, visam a reduzir a 3% do PIB, de acordo com o teto europeu, até o final de 2014, do déficit público abissal da Grécia, atualmente de 14% do Produto Interno Bruto.
A Comissão europeia, considerando "sólidas e críveis" essas medidas, negociadas entre o Fundo Monetário Internacional, os europeus e Atenas, recomendou por consequência "ativar" o mecanismo de ajuda à Grécia.
No entanto, as novas medidas de austeridade anunciadas foram consideradas "as mais injustas" da história da Grécia, segundo a central sindical GSEE. Tanto a GSEE quanto a Adedy, do funcionalismo público, convocaram para quarta-feira a terceira greve geral no país, em menos de três meses.
Segundo o líder sindical Yannis Panagopoulos, as medidas anunciadas pelo governo visam aos "desempregados, trabalhadores, pobres e aposentados", não "os mais ricos".
"É inconcebível que os que roubaram o país continuem a zombar de nós", protestou, pedindo a prisão dos culpados - os ministros do governo anterior.
"A economia que faremos deverá alcançar 30 bilhões de euros em três anos", além dos 4,8 bilhões de euros já anunciados para 2010, explicou em entrevista à imprensa o ministro grego das Finanças, Georges Papaconstantinou.
Segundo o detalhe do plano distribuído à imprensa, o déficit público será de 8,1% em 2010; de 7,6% em 2011; 6,5% em 2012; 4,9% em 2013 e 2,6% em 2014.
A dívida pública será de 133,3% do PIB em 2010, chegará a um pico de 149,1% em 2013 e começará a diminuir em 2014 a 144,3%.
Mas a recessão complica o saneamento das finanças.
Em 2009, a Grécia registrou recessão de -2% e em 2010 será de -4%, em vez da estimativa inicial de -2%.
Para 2011, as projeções do governo grego indicam queda do PIB de 2,6% e, para 2012, um crecsimento de 1,1%.