postado em 02/05/2010 12:52
Rio de Janeiro - O pacote de reaparelhamento militar e transferência tecnológica da Marinha, assinado entre o Brasil e a França, soma 6,7 bilhões de euros. Envolve a construção de quatro submarinos convencionais Scorpene e um nuclear, uma base, um estaleiro, uma unidade de estruturas metálicas, equipamentos e armamentos, incluindo torpedos e mísseis.Mas o dinheiro não é apenas uma forma de garantir soberania militar ao Brasil, principalmente para proteger as imensas reservas de petróleo do pré-sal. Segundo o almirante de esquadra José Alberto Fragelli, coordenador-geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, esse investimento terá impacto em centenas de empresas nacionais, com o avanço tecnológico.
;O ciclo do combustível nuclear traz uma tecnologia que depende de muitas fábricas fornecerem certos materiais que elas não sabem ainda como são e estão aprendendo a fazer;, afirmou.
Fragelli citou como exemplo o fornecimento das baterias usadas para mover os submarinos. Uma fábrica de São Paulo se dispôs a investir em uma linha de produção específica, desenvolvendo tecnologia própria.
;O Scorpene terá 360 elementos de bateria. Cada elemento pesa cerca de 550 quilos. Essa empresa, com isso, também fornecerá baterias para outras Marinhas no mundo;, exemplificou o almirante. Segundo ele, existem cerca de 600 mil componentes em um submarino nuclear e 200 mil no caso do Scorpene.
Para ele, a produção dos submarinos brasileiros vai representar um importante impulso de trabalho na cadeia produtiva. ;Vai gerar cerca de 5 mil empregos diretos e 20 mil indiretos. Essas fábricas todas vão começar a produzir não só para o Brasil, mas para exportação. O reator [nuclear] que vamos fazer poderá ser utilizado por cidades pequenas para gerar energia elétrica para até 50 mil habitantes;, destacou Fragelli.