postado em 03/05/2010 11:08
Rio de Janeiro - A intervenção do Estado foi o caminho mais acertado para que o Brasil pudesse sair de forma rápida da crise financeira que atingiu o país no final de 2008, sem grandes contaminações. A opinião é do cientista político Alexandre Barros.Em entrevista à Agência Brasil, ele lembrou que a maior intervenção do Estado brasileiro para superar a crise se deu por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com os financiamentos concedidos às empresas, em substituição ao mercado privado, que se mostrava retraído.
Para ele, outra forma correta de intervir foi a iniciativa do Ministério da Fazenda, reduzindo os impostos, de modo a incentivar o consumo e a manter o ritmo da economia. ;Acho melhor baixar imposto do que dar dinheiro para empresas específicas, como o governo americano fez;, disse.
Barros acha que o Brasil ;não cometeu esse pecado, talvez porque a gente tivesse um presidente de Banco Central [Henrique Meirelles] sensato e experiente;.
Embora considere a intervenção do Estado positiva em ocasiões como a crise externa, o cientista político defendeu que sejam estabelecidos limites para o papel do Estado na economia. Segundo ele, isso passa pela limitação do papel do funcionalismo público.
;É preciso botar os funcionários públicos na mesma caçamba;, ou seja, é necessário cortar privilégios que alguns setores têm. ;Acho que essas carreiras estão muito infladas: tanto diplomatas, quanto militares, quanto coletores de impostos;.
Para ele, a intervenção séria e correta do governo na economia se dá por meio do BNDES. De acordo com Barros, falta um pensamento liberal no Brasil ;substancioso; para levar adiante esses procedimentos.
Alexandre Barros participa amanhã (4) do debate O Estado que Queremos ; o Papel e os Limites do Estado Brasileiro, organizado pelo Instituto Millenium. Também estarão presentes os cientistas políticos Amaury de Souza e Eduardo Viola; o economista Paulo Guedes; o sociólogo Demétrio Magnoli; e o empresário Salim Mattar.