Economia

Barril de petróleo tem maior alta desde outubro de 2008 e fecha sessão em US$ 87,15

Agência France-Presse
postado em 03/05/2010 17:40
Os preços do petróleo fecharam em leve alta nesta segunda-feira (3/5) em Nova York, depois de alcançar um novo teto em 19 meses, sustentados pelo derramamento de óleo no Golfo do México e pela divulgação de bons indicadores da economia americana.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em junho fechou em alta de 4 centavos em relação à sexta-feira, para 86,19 dólares. Nesta sessão, chegou aos 87,15 dólares, seu nível mais alto desde outubro de 2008.

Nas operações eletrônicas do InterContinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento ganhava 1,50 dólar, para 88,94 dólares, depois de alcançar 89,58 dólares, seu nível mais alto desde outubro de 2008. Os mercados britânicos permaneceram fechados por conta de feriado.

"Tivemos dados positivos do setor industrial nos Estados Unidos. Os preços do petróleo estiveram em grande parte sustentados por esperanças em relação à economia e pelo derramamento de petróleo no Golfo do México, que coloca em perigo o bombeamento offshore", afirmou Bart Melek, da BMO Capital Markets.

Os indicadores publicados nesta segunda-feira nos Estados Unidos mostram um novo aumento dos gastos dos consumidores em março e uma aceleração mais forte que o esperado da atividade industrial em abril.

Por outro lado, o mercado tenta avaliar as consequências da mancha de óleo na região petroleira do sul dos Estados Unidos.

"No momento, o impacto é reduzido", afirmou, completando que duas plataformas marítimas de gás natural foram fechadas.

Segundo analistas, são as consequências inesperadas da catástrofe que poderão sustentar os preços: suspensão de projetos de exploração offshore, petroleiros desviados para descarregar seus tanques em outras regiões.

No longo prazo, a catástrofe poderá ter um impacto sobre os custos da produção.

"Penso que se deve considerar uma regulamentação mais dura em algum momento, algumas restrições ao menos serão colocadas em prática", advertiu Bart Melek.

Mas os preços foram contidos pelo claro fortalecimento do dólar, em particular frente ao euro, que não conseguiu recuperar seu impulso com a aprovação do plano de resgate financeiro à Grécia.

A subida dos preços foi desacelerada também por alguns investidores que consideraram "que provavelmente não era um mau momento para realização de lucros", segundo Melek.

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