postado em 04/05/2010 18:11
Brasília ; O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou que o Brasil e outros países latino-americanos, com acesso a financiamento externo abundante e barato, utilizem a política fiscal para evitar um crescimento excessivo da demanda. Segundo o documento Regional Economic Outlook ; Western Hemisphere, os países da América Latina têm se recuperado mais rápido da crise econômica mundial do que o esperado, mas em ritmos diferentes.O relatório divulgado nesta terça-feira (4/5), aponta que, entre os países da região, o maior crescimento de crédito foi no Brasil, ;graças ao importante fluxo de empréstimos concedidos por instituições públicas;. As informações são da BBC Brasil. De acordo com o relatório, na América Latina, o Brasil e alguns outros países - que mantêm fortes vínculos com os mercados financeiros globais ; dispõem de maior probabilidade de apresentar uma recuperação mais vigorosa.
Segundo o relatório, países exportadores de commodities e com acesso total aos mercados financeiros globais ; grupo que inclui, além do Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru ; enfrentam o desafio de evitar que as condições favoráveis acabem provocando um crescimento muito rápido o que favorece o surgimento de bolhas, diz o FMI.
[SAIBAMAIS]Para evitar o risco de superaquecimento econômico nesses países, o FMI recomenda que, à medida que a economia se recupere e aumente o risco de inflação, as políticas macroeconômicas de estímulo sejam retiradas, a começar pela política fiscal, ;especialmente onde a demanda privada está ganhando mais força;.
;A chegada de condições de financiamento externo acessíveis é uma boa notícia de modo geral para as economias emergentes;, disse o diretor do Departamento de América Latina do FMI, Nicolas Eyzaguirre. ;Mas esses episódios temporários trazem riscos que precisam ser abordados. É importante não deixar que condições favoráveis provoquem um crescimento muito rápido da demanda e do crédito;, afirmou.
O relatório analisa ainda que o baixo custo do financiamento externo e a possibilidade de que se acelerem as entradas de capital podem trazer problemas, especialmente para países mais avançados, como o Brasil. O FMI também recomenda ;reduzir a probabilidade de bolhas de ativos e de booms de crédito e evitar o reaquecimento vinculado ao ;dinheiro barato;;.