postado em 04/05/2010 19:44
Brasília ; O agronegócio brasileiro contratou, entre julho de 2009 e março deste ano, R$ 56,3 bilhões dos R$ 93 bilhões programados no Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010 para financiar a safra atual. O volume representa um aumento de quase R$ 12 bilhões - ou 26% - em relação aos R$ 44,5 bilhões financiados no mesmo período da safra anterior. O balanço foi apresentados nesta terça-feira (4/5) pelo Ministério da Agricultura.No entanto, levando em consideração a proporção de empréstimos em relação ao montante previsto, o percentual é menor do que o registrado no mesmo período de 9 meses da safra passada: 60,6% contra 68,6%. Segundo técnicos do Ministério da Agricultura, a queda percentual se deve ao aumento do montante de recursos previstos para a safra atual, que foi de R$ 65 bilhões para R$ 93 bilhões. Dos recursos já liberados, R$ 44,8 bilhões se destinaram a custeio e comercialização, sendo R$ 35 bilhões com juros controlados. Para investimentos, foram financiados R$ 7,2 bilhões, menos da metade dos R$ 14,5 bilhões programados para toda a safra.
Algumas novidades desta safra, como os programas de estocagem de álcool e de recuperação de áreas degradadas, não tiveram o resultado esperado. Enquanto o primeiro emprestou apenas R$ 32,6 milhões dos R$ 2,3 bilhões disponíveis, o outro liberou R$ 330,4 milhões de um total de R$ 1,5 bilhão. Em entrevista à Agência Brasil no mês passado, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse que os juros altos destas linhas atrapalharam a tomada de crédito e serão reduzidos para a próxima safra (2010/2011).
Já a agricultura familiar, além de tomar mais recursos na safra atual, ainda o faz de maneira mais rápida. A proporção liberada entre julho de 2009 e março de 2010 aumentou de 56,5% para 57,9% em relação ao mesmo período da safra anterior, com a liberação de R$ 8,6 bilhões dos R$ 15 bilhões previstos.