Economia

Europa: anúncio de rebaixamento da dívida de Portugal derruba Bolsas e o euro

Agência France-Presse
postado em 05/05/2010 15:41
O anúncio de uma possível degradação da nota da dívida de Portugal e a violência durante as manifestações na Grécia, com três mortos, derrubaram nesta quarta-feira (5/5) as Bolsas europeias e o euro, que chegou a ser cotado a 1,29 dólar. Os preços do petróleo estavam sendo negociados abaixo de 80 dólares o barril.

As Bolsas dos países do sul da Europa foram particularmente atingidas: após um recuo de mais de 5% na terça-feira, a de Madri perdia, ainda, 2,27% no fechamento e, Lisboa, 1,52%, enquanto que a Bolsa de Atenas degringolava registrando uma queda de 3,91% no final do pregão.

As outras Bolsas também operaram em baixa, mas com perdas menores: Paris recuava 1,44%, Londres 1,28%, Frankfurt 0,81%, Amsterdã 1,51%. Wall Street abriu em baixa passando, depois, ao azul, com 0,005% no início da tarde.

Os temores também deprimiram Hong Kong que registrou baixa de 2,10%. Tóquio prosseguia fechada pelo terceiro dia consecutivo, por causa do feriado da Semana Dourada.

Nesta quarta-feira, a agência de classificação de riscos Moody;s anunciou que rebaixaria o "rating" de Portugal "em três meses", devido à "recente deterioração das finanças públicas e às fracas perspectivas de crescimento a longo prazo" da economia do país.

O euro também acentuou a baixa, tendo sido negociado, nesta quarta-feira, no patamar de 1,29 dólar pela primeira vez desde março de 2009, penalizado pelo temor de contágio da crise grega no seio da zona do euro.

Pela manhã, estava cotado a 1,2889 dólar contra 1,2988 na noite de terça-feira, seu nível mais baixo desde o dia 12 de março de 2009.

Na véspera, o euro havia sofrido perdas pesadas em relação ao dólar, pelos rumores de que outras agências de classificação de risco iam rebaixar a nota da Espanha, no rastro da Standard & Poor;s uma semana antes.

Anunciavam, também, uma possível solicitação por Madri de uma ajuda financeira colossal ao Fundo Monetário Internacional (FMI), apesar dos desmentidos feitos pelo próprio FMI e pelo governo espanhol.

Pela manhã, as principais praças europeias recuperavam o vigor, após a publicação de previsões da Comissão Europeia de crescimento em alta dos países da UE e da zona do euro, em 2010 e 2011.

Segundo a Comissão de Bruxelas, o Produto Interno Bruto (o conjunto de bens e riquezas produzidos) da Zona do Euro deverá registrar este ano um aumento de 0,9% em vez de 0,7%, e de 1% em vez de 0,7% para o conjunto dos 27 países da UE.

A Comissão também reviu em alta a economia do Reino Unido, com um crescimento de 1,2% contra 0,6%; mas a Grécia mergulharia na recessão, com 3,0% negativos contra 0,3% negativo de antes.

As Bolsas de Madri e Atenas limitaram as perdas no final da manhã, em torno de 1%.

O mercado de obrigações também passou por tensões, em particular, os títulos da dívida grega e portuguesa, em meio as dúvidas quanto à capacidade destes países de conseguirem honrar suas dívidas. Os papéis gregos a dez anos ultrapassaram o teto de 10% nesta quarta-feira, e os a longo prazo da dívida portuguesa excederam os 5,7%. A título de comparação, a Alemanha, bom aluno da zona do euro, oferece taxas de 2,8%.

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