Economia

Países da Zona do Euro querem um fundo de apoio para parceiros em dificuldades

Agência France-Presse
postado em 07/05/2010 19:46
Os países da Zona do Euro pretendem criar um fundo de apoio a seus sócios que passam por problemas financeiros, depois da explosão da crise grega que pôs em risco a estabilidade da região, segundo projeto de declaração surgido da reunião de cúpula de seus líderes em Bruxelas.

De acordo com o texto, com cópia obtida pela AFP, os dirigentes pedem à Comissão Europeia colocar em prática "um mecanismo de estabilização" destinado a preservar a Zona do Euro", auxiliando países confrontados a dificuldades.

Os chefes de Estado e de governo decidiram convocar uma reunião para domingo dos ministros de Finanças do conjunto da União Europeia para finalizar o funcionamento e o financiamento deste dispositivo inédito, que tornaria perene a montagem posta em prática para a Grécia, informou uma fonte diplomática europeia.

"Os ministros das Finanças teriam a obrigação de chegar a um resultado concreto, até a noite de domingo, antes da abertura dos mercados na manhã de segunda-feira", explicou.

O dispositivo poderia se apoiar numa cláusula do Tratado europeu de Lisboa que permite à União Europeia conceder assistência financeira a seus membros em caso de "circunstâncias excepcionais".

Durante a reunião desta noite, alguns participantes defenderam uma contribuição concreta do Banco Central europeu ao plano de ajuda, mas não houve de imediato um acordo sobre esta possibilidade, segundo uma fonte diplomática.

"Em vista das circunstâncias excepcionais, todas as instituições da Zona do Euro, o Conselho (órgão dos Estados da UE), a Comissão europeia, o Banco Central europeu e todos os países membros chegaram a um consenso para a utilização de toda a gama de instrumentos disponíveis para garantir a estabilidade", destacou, em seguida a declaração dos dirigentes.

Para tentar tranquilizar os mercados que, após a Grécia, puseram na berlinda Espanha, Itália e Portugal, a cúpula da Zona do Euro também chegou a um compromisso sobre disciplina fiscal.

Os chefes de Estado e de governo se disseram prontos a "acelerar" seus esforços de redução dos déficits nos próximos anos, a fim de manter os limites autorizados na UE.

O Pacto de Etabilidade europeu limita a 3% do PIB, Produto Interno Bruto, o déficit público nacional dos países um percentual que, no entanto, explodiu com a crise financeira e econômica.

Os dirigentes acordaram em "reforçar" o Pacto, que não vem sendo respeitado no momento.

Também se disseram determinados a realizar "avanços rápidos na regulação e na supervisão dos mercados financeiros".

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