Economia

Depois da euforia, a calma volta a reinar nos mercados europeus

Agência France-Presse
postado em 11/05/2010 14:41
As bolsas europeias fecharam em baixa nesta terça-feira (11/5) - e em alguns casos em forte queda, como ocorreu em Madri -, em um clima de prudência depois da euforia desencadeada na véspera pela adoção do superpacote de resgate para defender a zona do euro.

Na segunda-feira, as principais bolsas fecharam com altas espetaculares, atingindo recordes, como em Madri (14,43%).

Mas, nesta terça-feira, o humor mudou e as principais bolsas europeias - com exceção de Frankfurt, que subiu 0,33% - fecharam em baixa: Paris caiu 0,73%, Londres, 0,99%, e Milão, 0,46%.

A queda foi mais acentuada em Madri, onde o Ibex-35 perdeu 3,32%. Atenas também caiu 2,47%.

Na América Latina, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) retrocedia 1,14% e a do México tinha ganhos marginais de 0,14%.

Essa mudança da situação não surpreendeu a ministra da Economia francesa, Christine Legarde, para quem os mercados deram na segunda-feira "uma resposta excessiva", com "altas jamais vistas em 20 anos, e que nunca tinham sido registradas em alguns países".

O euro caía frente ao dólar, com o retorno dos temores sobre a zona do euro depois da advertência da agência de classificação de risco Moody;s de que planeja baixar as notas da dívida da Grécia e Portugal, tal como foi feito por Standard & Poor;s.

Às 16h GMT (13h de Brasília), o euro estava cotado a 1,2715 dólar, contra 1,2778 dólar na segunda-feira às 21h GMT (18h de Brasília).

Em seu comunicado, a Moody;s reiterou que poderá baixar a nota da Grécia de forma significativa, possivelmente para um nível que a colocaria como investimento de alto risco.

Na Ásia, as bolsas registraram quedas nesta terça-feira, com Tóquio cedendo 1,14% e Xangai atingindo seu nível mais baixo em um ano.

Apesar do superpacote de 750 bilhões de euros (cerca de 1 trilhão de dólares), aprovado pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), "persistem as inquietações", comentou o economista Hideaki Inoue, da Mitsubishi UFJ-Trust and Branking Corp.

"A questão é saber se os governos (dos Estados europeus endividados) podem realizar as medidas de ajuste", afirmou esse especialista.

A Grécia, cuja dívida provocou a atual crise, adotou na segunda-feira a reforma do sistema previdenciário, uma das principais medidas de seu plano de austeridade adotado em troca da ajuda financeira internacional.

Atenas prevê pedir na terça-feira um primeiro desembolso de 20 bilhões de euros como parte desse plano de ajuda.

A Grécia precisa pagar em 19 de maio vencimentos de 9 bilhões de euros de sua dívida.

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